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Instituto Itard capacita professores para que sejam protagonistas da educação especial em qualquer condição de trabalho

aluna com sindrome de downs e professora em uma sala de aula

Seguindo o lema de que ‘todos têm a capacidade de aprender’, que começou com o médico Jean Itard, considerado o pai da educação especial por ser um dos primeiros a considerar que a intervenção da pessoa com deficiência poderia ser por meio da educação, é que surgiu o Instituto Itard em 2016, voltado a ajudar professores em diversas habilidades no ensino de alunos com deficiências.

“Jean Itard criou o que é considerado hoje o primeiro plano de educação especial, mas o que mais me inspirou foi o fato dele acreditar que um de seus alunos, Victor de Aveyron, chamado de “criança selvagem”, poderia aprender, mesmo sem nenhuma evidência científica disponível no início do século XIX. Quando os outros consideravam o menino “louco”, ele o considerava “educável”. Como sempre fui fascinado por empreendedorismo, educação e tecnologia, quando me deparei com o desafio da educação inclusiva no país soube que existia muito espaço para trabalhar, mas poucas pessoas trabalhando. E então, depois que comecei a atuar com a educação inclusiva não consegui me imaginar fazendo outra coisa: encontrei um propósito de vida, que é ajudar educadores a adaptarem atividades para seus alunos com deficiência e os verem aprendendo, independente do diagnóstico, porque todos podem aprender”, explica Leandro Rodrigues, especialista em adaptação de atividades para alunos com deficiência, membro da Associação Brasileira de Pesquisadores de Educação Especial (ABPEE), pós-graduado em Educação, Diversidade e Inclusão Social, que criou o Instituto Itard, juntamente com a esposa Ana Schuenck, Pedagoga, especialista em criação de materiais pedagógicos adaptados, designer gráfica de atividades inclusivas.

Segundo Leandro, cada educador que acredita que seu aluno pode aprender, consegue ajudá-lo: “principalmente um aluno que antes não aprendia e quando o educador passa a enxergá-lo que é capaz de aprender e se empenha em ensiná-lo, fazemos do mundo um lugar melhor, um lugar onde eu quero que meus filhos Sophia e Gabriel façam parte”, diz. E então, de acordo com o especialista, durante o curso de computação que cursava, percebeu que a tecnologia era, para algumas pessoas, a única forma de interação e autonomia. “Uma frase de Mary Pat Radabaugh (1993) me marcou bastante: “Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”. Como sempre estive próximo da área de educação (minha mãe foi professora, meu primeiro emprego foi numa creche municipal e minha esposa é pedagoga), logo percebi que a tecnologia poderia ajudar também alunos com deficiência em sala de aula. Dessa forma, resolvi levar o conhecimento e a facilidade que tinha com tecnologia para o conhecimento dos professores. E, assim, eu e minha esposa decidimos criar o Instituto Itard, em 2016. Logo percebemos que os professores precisavam de mais do que ferramentas e cursos técnicos, mas de planos de intervenção bem estruturados, criados a partir de uma avaliação diagnóstica, com adaptação de atividades de acordo com as necessidades específicas dos alunos, de forma a proporcionar aprendizado e autonomia”, explica.

Formação em Educação Criacional Inclusiva

Localizado na cidade de Teresópolis, no Rio de Janeiro, o Instituto Itard, ao longo desses cinco anos, vem oferecendo diversos cursos de capacitação em educação inclusiva a professores, como o “Curso Adaptando Atividades”. Realiza diversos eventos gratuitos on-line, como a “Semana do Professor do AEE” e “Transformação Inclusiva”. Mais de 12 mil pessoas já se capacitaram pelo Instituto e os eventos on-line contam com uma média de 16 a 40 mil participantes, dependendo do tema.

Neste ano, o Instituto lançou o programa também on-line, por causa da situação em que vivemos de pandemia, de Formação em Educação Criacional Inclusiva, que tem o objetivo de capacitar o educador para criar possibilidades de inclusão, independente de recursos ou diagnósticos. “No programa abordamos através de Análise do Comportamento (ABA), Neurociência, Psicologia Positiva, entre outras formas de ensinar comprovadas com evidência científica, o que consideramos essencial hoje para que o educador consiga ter resultados expressivos com seus alunos com deficiência em pouco tempo: avaliação diagnóstica, plano de intervenção, técnicas inclusivas para adaptar atividades e formas de acompanhamento e devolutivas. Além disso, preparamos o educador para atuar junto à família e outros professores, de forma a conseguir apoio e cooperação. Sabemos que as faculdades oferecem muita teoria e pouca prática. Por isso, o curso é totalmente voltado para o educador criar atividades e planos na prática e também para ter sucesso nas relações interpessoais entre educador, aluno e sua família; e educador e equipe escolar”.

O especialista diz que a maioria dos professores que decidem investir em capacitação em educação especial no Itard utilizam recursos próprios. Para facilitar essa realidade desafiadora dos profissionais da educação, o Instituto tem em sua plataforma o formato de assinatura, específica para professores do Atendimento Educacional Especializado, denominada a Família Itard, que reúne cursos rápidos e séries de aulas voltadas para os principais desafios desse profissional, como de que forma trabalhar o atraso no desenvolvimento do aluno, comunicação alternativa, uso de tecnologias acessíveis (Boardmaker, DOSVOX, entre outros) em sala de aula, oficina de atividades, LIBRAS, além de entrevistas e diversos conteúdos.

Para mais informações sobre a Formação, lives e os próximos encontros on-line, acesse:

Instagram: @institutoitard

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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