
Há inúmeras vagas disponíveis no mercado de trabalho para pessoas com deficiência. No entanto, apesar de haver diversas oportunidades a esses profissionais, há um entrave maior, que não permite que tais vagas sejam preenchidas: “Muitas vezes são os pais que não querem que o filho trabalhe, porque é comum eles não terem a visão de que o mercado de trabalho pode acolher a pessoa com deficiência. Então, acredito ser mais uma questão cultural e de falta de informação e consciência dos pais, que, comumente, acabam infantilizando seus filhos por conta da deficiência, principalmente porque vivem uma vida inteira dedicada àquela pessoa. Então, quando esse jovem cria asas e quer voar, a questão pode ser mais profunda para aqueles pais do que se imagina, pois podem ficar com a sensação de um ninho vazio. Somado a isso, há ainda a insegurança pelo preconceito que o filho pode sofrer no ambiente profissional, tornando a ida desse jovem ao mercado de trabalho ainda mais distante”, explica Tania Affonso Rodrigues*, psicopedagoga sistêmica, que também é analista corporal e comportamental e especialista em Educação Inclusiva.
Segundo ela, são diversos os benefícios para a pessoa com deficiência estar no mercado de trabalho, como ter autonomia, autoconfiança, segurança e autoestima. “Mas tudo isso faz parte de um processo que precisa ser trabalhado com a família. Por exemplo: a autonomia tem que começar dentro de casa, como fazer atividades sozinho, saber se virar na cozinha, saber mexer em um celular, ter a noção de quando precisa de ajuda em uma emergência, buscar endereços, saber usar um aplicativo. Ou seja, essa autonomia do ir e vir e de fazer as coisas dentro de casa é fundamental para que o jovem possa enfrentar o mercado de trabalho”, esclarece.
Pelo lado das empresas, que precisam cumprir a Lei de Cotas (2% no caso de empresas com 100 a 200 funcionários, 3% para empresas com 201 a 500 colaboradores, 4% nos quadros com 501 a 1000 funcionários e 5% para empresas com mais de 1001 funcionários em diante), a dificuldade está mais na preocupação em preencher tal obrigatoriedade do que tornar o ambiente, de fato, inclusivo e promover a diversidade.
Outro entrave é que muitos líderes não sabem lidar com pessoas com deficiência e, mais do que isso, acreditam que a deficiência possa ser um fator limitante para o funcionário ter um bom desempenho como os demais. A questão do tempo de adaptação da pessoa com deficiência à função é outro tópico que faz com que muitas empresas abram mão de contratar pessoas com deficiência ou limitando as vagas para apenas alguns tipos de deficiências.
“Falta informação nas corporações e ainda há muito preconceito e medo dos gestores não saberem lidar com aquele tipo de deficiência. Há ainda a crença de que esses deficientes provavelmente não têm capacidade. Então, as vagas para pessoas com deficiências acabam não sendo preenchidas por falta de informação das habilidades que as pessoas com deficiência podem adquirir e terem ótimo desempenho na função”, esclarece Tania.
De acordo com a especialista, uma forma das pessoas com deficiência terem mais segurança para enfrentarem o mercado de trabalho é o estímulo da família para treinar esse indivíduo com pequenas ações. “Por exemplo, ele pode ir à padaria no lugar de seus pais ou ir ao mercado com uma lista de três itens para comprar. Outra dica é ensiná-lo a saber digitar uma senha de um cartão de crédito, conhecer números e o dinheiro (cédulas e moedas)”, orienta a especialista.Tania ressalta ainda que dentro de toda essa perspectiva de mercado de trabalho, a pessoa com deficiência é a que menos tem medo de enfrentá-lo. “O medo está nas pessoas à sua volta: quem cuida dela, quem está mais próximo. O que observo ao longo dos anos de experiência atendendo pessoas com deficiência é que ela mesma não tem insegurança. Então, se os pais querem dar essa oportunidade de crescimento aos filhos de deixá-los trabalhar, caso haja ainda medo rondando, sugiro que busquem atendimentos sistêmicos, que consideram a dinâmica familiar juntamente ao jovem com deficiência para entender onde estão os entraves de insegurança dessa família, que causam, provavelmente mais medo e pesos emocionais carregados de forma desnecessária”, avalia.
A especialista, por meio de atendimento sistêmico, orienta os pais de forma on-line em relação à questão. Para solicitar atendimento, entre em contato pelo WhatsApp (21) 99727-7727 ou envie um direct no Instagram @pedagogiaeterapias.

Tania Affonso Rodrigues* é psicopedagoga, graduada em Ciências Biológicas e pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, com ênfase em Deficiência Intelectual. É facilitadora em Constelação Familiar, atua com psicopedagogia com foco sistêmico, é especialista em educação inclusiva e analista corporal e comportamental.