Fonte: Blog Body Interact
Na 5ª edição da Conferência Europeia da SIGMA, o Body Interact promoveu um webinar com quatro educadores internacionais de enfermagem, que foram convidados a compartilhar suas opiniões e experiências no uso de pacientes virtuais. Dividimos esta matéria em duas partes: na primeira parte Lorraine Betts (Canadá) e Leila Sales (Portugal) e, nesta segunda parte, Miguel Padilha (Portugal) e Sofia Macedo (Arábia Saudita).
Miguel Padilha, terceiro palestrante
Ao refletir sobre os novos desafios enfrentados pelos educadores em saúde, Miguel destacou o aumento da alfabetização tecnológica entre os alunos. Com a demanda de diferentes estilos de aprendizagem, pede-se aos educadores que trabalhem sob o paradigma do construtivismo – a gamificação é um bom exemplo.
A Escola Superior de Enfermagem do Porto, onde Miguel é educador de enfermagem, sempre promoveu aprendizado ativo e procurou criar ambientes amigáveis para tal finalidade. Por esse motivo, em 2016, eles adquiriram o Body Interact. No curto prazo, garantir as mesmas oportunidades para todos os alunos e, a longo prazo, garantir a segurança do paciente e um atendimento de qualidade.
Como usar o Body Interact?
Dentro de quatro anos de estudos, os alunos têm dois anos de aulas teóricas e outros dois de prática clínica. Com formas de aprendizado baseadas em resolver problemas e simulação, Miguel usa o Body Interact de três maneiras diferentes:
- Sala de aula híbrida – desenvolve habilidades leves e difíceis, complementando o Body Interact com outros simuladores que permitem que os alunos se concentrem nos procedimentos e competências.
- Sessões de discussão – através das quais o educador apresenta a resolução ideal do cenário clínico para garantir que os alunos aprendam a melhor maneira de abordar um paciente com condições de saúde semelhantes.
- Acesso individual à internet – permite aos educadores atribuir cenários clínicos a seus alunos e usar o BI Studio (Learning Management System) para verificar o progresso dos estudantes.
Em 2018, Miguel promoveu uma pesquisa sobre o uso do Body Interact no ensino de enfermagem. Os resultados demonstraram um aumento de 20,4% na retenção de conhecimento.
O Body Interact ajuda os alunos a superar as lacunas pedagógicas, aumentar a satisfação e contribuir para o progresso individual da aprendizagem.
Deseja saber mais sobre este e outros estudos desenvolvidos por usuários do Body Interact? Dê uma olhada na página de pesquisa do Body Interact.
Sofia Macedo, quarta palestrante
É gerente de capacitação do Saudi Patient Safety Center (SPSC). Esta instituição visa eliminar danos evitáveis no sistema de saúde, capacitando pacientes e apoiando profissionais de saúde.
No nível de Conselheira Nacional, Sofia e seus colegas trabalham para mudar a cultura e a política de alto nível, a fim de promover a segurança do paciente.
“A frequência e a magnitude dos erros médicos no ambiente hospitalar são cada vez mais um problema de saúde pública em todo o mundo”, afirmou Sofia. Como ex-aluna de enfermagem, ela se lembra de se preocupar em prever o gerenciamento adequado de cuidados para seus pacientes e executar as técnicas de enfermagem corretamente. No entanto, hoje em dia ela percebe que deve ser tudo sobre o componente de segurança.
Devido a essa pandemia, a instituição prevê que o número de pacientes que morrem por erros médicos evitáveis aumentará exponencialmente em três frentes diferentes:
Pacientes COVID-19: devido à incerteza do tratamento (situação de tentativa e erro);
Pacientes não COVID-19: com outras condições de saúde, que foram subitamente solicitados a ficarem em casa, e, por isso, ficaram com medo de sair de casa e ir ao hospital;
Profissionais da área de saúde: que também estão expostos a essa situação.
Sofia acredita que existem vários fatores de risco interconectados que podem acelerar erros médicos:
Fatores organizacionais, pois alguns sistemas de saúde não estavam preparados para enfrentar esse surto de saúde pública;
Fatores humanos devido ao aumento da carga de trabalho e da pressão do tempo para tomar decisões e a incerteza e complexidade do que estamos lidando.
“Se queremos mudar a cultura da sociedade, devemos sempre começar melhorando a educação de nossos filhos”
Para sustentar a qualidade e a segurança no campo da saúde, é importante “começar trabalhando com os alunos”, mencionou Sofia. Para a pergunta “como treinar estudantes e profissionais de enfermagem durante o processo de aprendizado ao longo da vida, garantindo a segurança do paciente em tudo o que fazem”, ela dá dois conselhos:
- Invista em treinamento de simulação para aumentar as habilidades clínicas e não clínicas;
- Crie um gerenciamento de recursos de equipe em sua universidade para ensinar e promover a consciência da situação
- Foco na redução de eventos adversos, bem como na segurança do local de trabalho.
As ferramentas de simulação fornecem um ambiente de treinamento seguro para cometer erros e criar a oportunidade de observar comportamentos. Ao mesmo tempo, ajuda os educadores a gerar feedback construtivo para aprimorar o desempenho individual, em um ambiente livre de riscos.
“É assim que você faz. Se estiver errado, é assim que você supera”
Na opinião de Sofia, quando o Body Interact foi introduzido, era um divisor de águas devido ao simulador de paciente virtual e ao seu algoritmo fisiológico. “Não se trata de tentar fazer as coisas direito o tempo todo”, explicou ela. “Permite que as pessoas falhem para que possam aprender a superar esses erros”.
Como um gerente de capacitação, é essencial preparar uma equipe de enfermagem que esteja atenta ao fracasso. Além disso é crucial fazê-lo em equipe, “o que é incrível no Body Interact”, concluiu Sofia.
Leia a primeira parte desta matéria no link abaixo: