Agosto é o mês do aleitamento materno e será veiculada a campanha “Apoie a amamentação: proteger o futuro é um papel de todos” em meios de comunicação como rádio, televisão e internet. Lançada no dia 4 de agosto pelo Ministério da Saúde, essa iniciativa tem o objetivo de ampliar a promoção da Semana Mundial que a até pouco tempo era restrita: de 1 a 7 de agosto.
O leite materno é padrão ouro na alimentação infantil, daí o agosto ser dourado.
A orientação é que o leite materno seja a única fonte de nutrição nos primeiros seis meses por oferecer todos os nutrientes para que a criança se desenvolva saudável. A partir dessa idade e até os dois anos ou mais, a recomendação é que a amamentação seja mantida juntamente com o consumo de outros alimentos.
Os esforços do Ministério da Saúde são para manter ascendente os índices de amamentação no Brasil que vêm crescendo nos últimos anos. Segundo uma pesquisa divulgada pelo órgão também no dia 4, atualmente 53% das crianças continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida. Entre as crianças menores de quatro meses, 60% se alimentam exclusivamente do leite materno. Já entre as menores de seis meses, o índice é de 45,7%. Ainda, 60,9% das crianças menores de dois anos foram amamentadas. Os dados são do resultado preliminar do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado com 14.505 crianças menores de cinco anos entre fevereiro de 2019 e março de 2020.
“É tão importante amamentar porque reduz em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos, diminui a chance da criança ter alergias, infecções, diarreia, doenças respiratórias, otites, obesidade e diabetes tipo 2”, disse o secretário de atenção primária à saúde do Ministério da Saúde, Raphael Parente.
Vale lembrar que, o aleitamento materno desenvolve ainda um importante vínculo afetivo único entre mãe e bebê, beneficia a saúde da mulher e aumenta o intervalo entre os partos.
Apoio à amamentação e à saúde emocional da mulher
Além do aleitamento materno, Agosto Dourado coloca também em pauta os desafios da amamentação às mães. E, por isso, o apoio às lactantes é extremamente importante e vai além do apoio familiar ou da empresa onde ela trabalha: é preciso tornar acessíveis às mulheres as informações e orientações corretas do ato de amamentar para que sejam evitados os problemas comumente relatados, como dor, empedramento, pega errada do bebê, fissura nos mamilos, entre outros. Tais sofrimentos acabam colocando em risco a saúde das mamas, trazem angústia e frustração à mãe e tornando o momento da amamentação algo desafiador.
Exatamente por todos esses desafios – em grande parte por falta de orientações sobre o aleitamento – que muitas mães têm trazido à tona a questão. É o caso da designer Monica Benini, esposa do cantor Júnior Lima e mãe do Otto, de 2 anos e 10 meses, que desabafou em suas redes sociais por conta do Agosto Dourado sobre as dificuldades da amamentação: “Esse ritual que foi tão especial por aqui não escondeu as olheiras por ter passado madrugadas sem dormir praticamente nada, não suavizou as dores de cabeça por privação de sono, não cessou as lágrimas que jorravam dos olhos quando aquela boquinha voraz sugava meu peito machucado (…)”.
No entanto, segundo o médico Marcus Renato de Carvalho, Professor de Puericultura e Pediatria, Consultor em Amamentação (Pediatrician Professor and Breastfeeding Consultant) e Especialista em Aleitamento Materno pelo IBCLC e pelo Wellstart International, CA, EUA., a dor, que até mesmo muitas lactantes acreditam ser algo normal e inerente à amamentação não deve existir durante o aleitamento. “Não é para doer, sangrar ou machucar o peito da mãe. Por isso que não é recomendado o uso de pomadas ou medicamentos para amenizar a dor. A mulher precisa buscar ajuda médica para entender o que está causando esse sofrimento”, diz o especialista.
De acordo com ele, outra orientação de suma importância é que a mãe busque ajuda de profissionais especializados em amamentação quando o pediatra ou o profissional de saúde não estiverem conseguindo resolver o problema ou prescreverem complementos sem examinar as mamas ou observar uma mamada. “A informação é essencial para que a mulher consiga evitar o sofrimento e se sinta impotente diante do seu bebê e como forma de ajudar as lactantes criamos o portal http://www.aleitamento.med.br/ com tudo o que elas precisam saber sobre o aleitamento materno”, explica Carvalho.
Pensando nessas grandes desafios e em como não só orientar melhor as mulheres, mas também preparar os profissionais de saúde como agentes disseminadores de informações a essas mães, é que a americana Liquid Gold Concept criou o primeiro simulador de lactação vestível realista – para que as mulheres aprendam na prática a maneira de posicionar o bebê corretamente no peito, saber a massagem adequada aos seios e nos mamilos antes de amamentar e, assim, evitar a dor, e como retirar o colostro e o leite de forma adequada, entre outros.
Para tornar ainda mais realista a experiência, os modelos dos diversos simuladores são produzidos em quatro tonalidades de pele e, além do treinamento em lactação, é ideal para o treinamento de estudantes e profissionais de saúde em habilidades da identificação das patologias das mamas.
Para saber mais sobre os simuladores, clique aqui.
Fonte: Ministério da Saúde
Consultor para a elaboração desta matéria: Prof. Marcus Renato de Carvalho
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