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Importância da CSA em sala de aula

Criança usando dispositivo de CSA em sala de aula

Um dos grandes desafios que as escolas e famílias ainda enfrentam é a adaptação de crianças com deficiências em sala de aula. Para falar sobre o assunto e sobre a importância da Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA), convidamos a Terapeuta Ocupacional Renata Cristina Bertolozzi Varela.

“A CSA  é muito importante por oferecer maior autonomia, no sentido de que a comunicação proporciona maior liberdade de expressão e, assim, poder de decisão e escolhas, principalmente dentro de um contexto, como uma sala de aula”, explica a Terapeuta. Segundo ela, com experiência em treinamento de professores em Tecnologia Assistiva, para que essa adaptação ocorra de forma positiva para a criança é preciso que haja um trabalho conjunto entre professores, família e terapeutas: “o passo inicial é que a família reconheça e valorize a importância da CSA para o desenvolvimento da criança e busque o máximo de informações para conseguir lutar pela adaptação do seu filho na escola. Afinal, quando uma criança não utiliza a fala, toda uma lógica e hábitos de como se comunicar mudam e é preciso pensar nas ferramentas que vão permitir que ela se relacione – a começar pela escolha dos recursos que ela irá se adaptar melhor, como por exemplo baixa ou alta tecnologia”, explica. Assim, o terapeuta vai analisar, em parceria com a família e a equipe escolar, esse novo contexto em que essa criança estará inserida para, então, adaptar os recursos para as situações da escola. Em terceiro lugar e não menos importante, Renata reforça a importância do treinamento dos professores, que precisam estar preparados para se comunicar com essa criança e, principalmente, saberem como usar os recursos disponíveis de tecnologia assistiva para apoiar as ações e atividades escolares.

“A escola, além de ser um dos primeiros espaços de socialização do aluno, é o lugar em que ele será avaliado sobre o que aprendeu, por isso, é preciso que haja toda a adaptação na forma de interação e dos recursos de avaliação dessas crianças com deficiências para que haja, de fato, a inclusão”, diz a especialista, que considera ser um tema que tem avançado bastante no país, mas que há muito ainda para caminhar.

“Sabemos que a inclusão ainda é uma realidade que não está disponível para todos, pois demanda investimento em capacitação de professores, assessoria profissional e recursos de tecnologia assistiva. Mas já é um avanço por ser algo que vem sendo construído e, cada vez mais, as escolas estão vendo a importância para atender esses alunos”, comemora.

Renata Varela

Renata Cristina Bertolozzi Varela, mestre em Ciências da Reabilitação pela USP, especialista em Terapia Ocupacional, Recursos Tecnológicos e Inclusão Social pela USP, formada em Terapia Ocupacional Dinâmica (CETO), no Conceito Bobath (Adulto/Infantil/Bebê), com Certificação Internacional em Integração Sensorial, membro da ISAAC-Brasil – Associação Brasileira de Comunicação Alternativa, sócia-fundadora do Espaço de Acesso – Clínica e Assessoria em Terapia Ocupacional e Supervisora de Comunicação Alternativa do IADHEC – (Instituto Aplicado ao Desenvolvimento Humano e Cultura).

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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