Pesquisar

50 anos de cirurgia moderna de catarata no Brasil

A simulação como aliada na evolução dos procedimentos oftalmológicos

Foto de uma cirurgia moderna de catarata. Vemos um olho aberto com pinças e a mão do cirurgião com dois instrumentos perto do olho.

Neste ano, a cirurgia moderna de catarata no Brasil completa 50 anos, sendo um marco histórico na oftalmologia do país. A catarata é uma doença ocular que provoca a opacificação do cristalino, que é a lente natural do olho, e resulta em perda gradual da visão. Entre os principais sintomas estão: visão embaçada, perda de contraste, halos ao redor de luzes, visão mais amarelada ou acastanhada. Sendo assim, o único tratamento para a catarata é a cirurgia de remoção do cristalino opacificado, que é substituído por uma lente artificial.

O procedimento moderno da cirurgia de catarata é chamado de facoemulsificação, uma técnica que utiliza o ultrassom de alta precisão e que emulsifica o núcleo do cristalino para remover a área opaca. A extração da catarata é feita ainda por uma incisão menor que 1mm – o que proporciona rápida recuperação e segurança ao paciente. Além disso, não requer internação e é a técnica mais usada atualmente ao redor do globo ocular.

A facoemulsificação foi desenvolvida em 1967 pelo oftalmologista americano Charles D. Kelman, um dos maiores cirurgiões do século passado ao revolucionar a cirurgia de catarata com a técnica inovadora, que ganhou aceitação global depois de provar sua segurança e eficácia no tratamento da doença ocular.

Até hoje, a facoemulsificação é considerada o procedimento mais seguro e eficaz para o tratamento da catarata. Sua implementação no Brasil aconteceu em 1975 por um um grupo de oftalmologistas de destaque: Dr. Afonso Fatorelli, Dr. Pedro Moacyr de Aguiar, Dr. Miguel Ângelo Padilha e Dr. Paulo César Fontes. Vale ressaltar que, ao longo dos anos, a cirurgia de catarata foi um dos procedimentos que mais evoluiu no mundo, passando a ser também mais complexa e exigindo, assim, maior habilidade e conhecimento técnico do cirurgião.

Além disso, embora seja um procedimento seguro, com resultados comumente bem-sucedidos, as técnicas de facoemulsificação não estão isentas de riscos, sendo suscetíveis a algumas complicações, como: queimadura da córnea, traumatismo da íris, ruptura da cápsula posterior, perda de vítreo, edema macular cistóide, infecções e astigmatismo induzido. Entre os fatores que impactam os resultados da cirurgia, estão: cálculo da lente intraocular (que deve ser realizado por técnico capacitado), escolha de lentes intraoculares (que devem ser de última geração); escolha de técnicas cirúrgicas de microincisão (que não induzam astigmatismo); e, principalmente, profissionais com experiência na realização do procedimento cirúrgico.

Por isso, o treino em simuladores para o desenvolvimento de habilidades cirúrgicas tem sido uma importante ferramenta ao longo da última década para que oftalmologistas tenham a oportunidade de treinar e executar as técnicas com destreza em um ambiente seguro e, assim, possam se capacitar ainda mais para a realização de procedimentos que exigem tais habilidades.

Pensando nisso, o grupo Cristália, em parceria com o Instituto da Visão (Ipepo), mantém, desde 2017, o Drylab, um centro de simulação cirúrgica, cujo objetivo é que os profissionais possam treinar diversos procedimentos cirúrgicos e complicações da cirurgia ocular, que são reproduzidos fielmente no simulador. O Drylab é munido de simuladores de alta fidelidade, como o Eyesi Cirúrgico, ideal para o treinamento de cirurgia de catarata.

O objetivo desta iniciativa conjunta entre o Cristália e o Instituto da Visão é colaborar com a educação médica e o aprimoramento de técnicas cirúrgicas, ampliando o conhecimento dos oftalmologistas e impactando positivamente a assistência oftalmológica no Brasil.

Sobre o Eyesi Cirúrgico

O Eyesi Cirúrgico, da Haag-Streit Group, é um simulador de realidade virtual de alta fidelidade para treinamento de cirurgia intraocular de catarata e procedimentos vítreo retinianos, que aumenta exponencialmente a experiência cirúrgica de residentes – essencial na formação desses profissionais. O simulador Eyesi Cirúrgico permite aos usuários acumular experiência cirúrgica e refinar habilidades específicas essenciais, como a destreza manual e a tomada de decisão, que podem ser aperfeiçoadas através da prática frequente em uma ampla gama de tarefas cirúrgicas oferecidas pelo simulador.

Além disso, os instrumentos são inseridos no olho mecânico, com movimentos captados por sensores e feedbacks fornecidos imediatamente após cada atividade – fundamentais no processo de aprendizagem dos participantes. 

Além de estudantes e profissionais em formação, o simulador Eyesi Cirúrgico é ideal para médicos já experientes, que desejam aprimoramento técnico sem expor os pacientes. Já testado e em uso em vários países, o uso de simuladores desenvolve as habilidades manuais e cognitivas dos profissionais com avaliações de desempenho individuais e comparativas.
Para mais informações, clique aqui.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

Artigos recentes