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Tecnologia assistiva no contexto hospitalar


Manter o equilíbrio emocional e poder se comunicar com os médicos são fatores essenciais que ajudam pacientes internados, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a se recuperarem de forma mais efetiva.

Porém, muitas vezes, tais pacientes podem estar traqueostomizados, utilizando respiradores ou em condições de saúde que impossibilitam a sua comunicação verbal, como vítimas de AVE (Acidente Vascular Encefálico), TCE (Trauma Crânio Encefálico), portadores de AME (Amiotrofia Muscular Espinhal), ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), entre outros.

A Comunicação Suplementar Alternativa é um recurso muito eficiente para promover a comunicação entre as equipes hospitalares e pacientes nessas situações. Por meio de recursos de baixa e alta tecnologia é possível que os pacientes consigam expressar o que sentem e, assim, contribuir com os médicos na condução do tratamento de forma mais assertiva. “A capacidade de comunicar-se com eficiência, no decorrer do processo de hospitalização, é considerada um direito fundamental do paciente para maximizar o seu cuidado, conforto e bem-estar (SANTIAGO COSTELLO, 2015)”, cita Miryam Pelosi, Terapeuta Ocupacional, psicopedagoga e Doutora em Educação em seu artigo “Uso de recursos de comunicação alternativa para internação hospitalar: percepção de pacientes e de terapeutas ocupacionais”, publicado nos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, em 2018.

Os recursos existentes para atender tais pacientes podem ser desde pranchas de comunicação de baixa tecnologia (que são as elaboradas de forma simples, com recortes e gravuras ou impressas no computador), como as de alta tecnologia, utilizadas em dispositivos eletrônicos, como tablets e computadores. 

A Tobii Dynavox disponibiliza gratuitamente pranchas de comunicação com o tema COVID-19. Para baixá-las, clique aqui.

Outros recursos também considerados alta tecnologia e que são eficientes na comunicação em UTIs são os equipamentos que utilizam o movimento dos olhos do paciente, quando este apresenta alguma deficiência que compromete seus movimentos físicos e a sua fala ou em situações de traqueostomia. Por meio de um dispositivo de controle ocular, o paciente consegue se comunicar com a equipe médica, seja por indicação de símbolos e até por formação de frases ou por voz sintetizada. O recurso também possibilita a comunicação com sua família por meio do acesso à internet via chamadas de vídeo ou de voz, garantindo o apoio familiar, que é tão importante na recuperação do paciente. 

Esses dispositivos são livres de contato físico e permitem que o protocolo de higiene da unidade hospitalar seja seguido. 

“A escolha do recurso deve ser uma decisão conjunta entre o Terapeuta Ocupacional, equipe médica e o paciente, que precisa se sentir confortável e indicar qual é o melhor recurso que facilita a sua forma de se expressar”, explica Miryam, que ressalta que existem também outras condições que devem ser levadas em conta nessa escolha: quantidade de símbolos, posicionamento do recurso e posição da pessoa hospitalizada. E complementa: “Já experimentamos o mouse ocular com pacientes internados em nosso hospital universitário e a resposta foi muito positiva”.

Um projeto piloto realizado no Johns Hopkins Hospital em Baltimore, Maryland, durante 2013 e 2014, analisou os benefícios de rastreadores oculares em 12 pacientes em ventiladores mecânicos em UTIs. Todos os participantes que receberam treinamento sobre como usar o equipamento eram cognitivamente capazes de se comunicar por meio de piscadas ou com algum tipo de movimento, como acenando com a cabeça. Ao final do estudo, todos os pacientes eram capazes de comunicar as necessidades básicas por meio de figuras ou palavras predefinidas na tela do computador, como “sede, fome, banheiro, enfermeira e dor”. 

Assim, os rastreadores oculares mostraram ajudar os pacientes a se sentirem menos confusos, mais felizes e mais confiantes em sua capacidade de se comunicar.

O Sistema Tobii Healthcare para UTI é uma solução completa para hospitais, que utiliza equipamentos de controle ocular com instalação simples em tablets ou notebooks para favorecer a comunicação do paciente com a equipe médica e de enfermagem. Ele possibilita, principalmente, o acompanhamento da evolução cognitiva dos pacientes que tenham sofrido AVE, TCE, entre outras patologias, e que se encontram especialmente nas fases agudas em Unidade de Terapia Intensiva.

Além da melhora da condição psicológica e física do internado, o recurso permite um atendimento mais humanizado, diminuindo, dessa forma, o seu tempo de recuperação na UTI, uma vez que, com a comunicação com o paciente, o tratamento passa a ser mais assertivo. Consequentemente, reduz custos aos hospitais de assistência ao paciente, evitando o desgaste dos profissionais envolvidos em seu atendimento.

Para mais informações, fale com a equipe de especialistas da Civiam!

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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