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Como ajudar pessoas com necessidades complexas de comunicação a desenvolver habilidades sociais

A interação social é fundamental para todas as pessoas, uma vez que nos permite nos sentir parte de algo, um grupo, por exemplo. “Por isso que disponibilizamos bastante tempo do nosso dia em funções sociais”, diz Stephanie Ekis, Gerente de Conteúdo Clínico da Tobii Dynavox (uma das principais empresas do mundo de Comunicação Aumentativa e Alternativa). Ela ressalta: “Por exemplo, você levanta pra pegar um café, encontra um colega de trabalho e comenta sobre um show na noite anterior ou comenta algo que aconteceu. Além disso, todos nós temos interações sociais com pessoas que nem conhecemos, como em um ponto de ônibus ou com um garçom, quando fazemos o nosso pedido em um restaurante. Ou seja, tudo isso é interação social”, salienta Stephanie.

No entanto, apesar de algo intrínseco ao nosso dia a dia, a especialista destaca que é algo desafiador para as pessoas com necessidades complexas de comunicação (NCC) e também para os profissionais que atuam com elas, como professores, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros. “É muito importante ainda que os profissionais proporcionem às pessoas que estão atendendo as ferramentas para que as habilidades sociais possam ser desenvolvidas”, destaca a especialistatomnanclachwindfarm.co.uk truhlarstvibilek.cz tutobon.com panske tricka beckmann 12l truhlarstvibilek.cz teplakova suprava tutobon.com panske tricka ribstol elan bundy kilpi damske ribstol elan saljofa.com pánský náhrdelník kůže zub pánský náhrdelník kůže zub

Pensando nessa questão, Stephanie sugere 3 dicas de como ajudar a desenvolver as habilidades sociais das pessoas com deficiência na comunicação, com apoio da CAA. Confira:

Dica 1 – Identifique objetivos/habilidades sociais apropriados

Faça uma lista para começar, para que tenha uma noção das áreas a serem trabalhadas as habilidades sociais. A especialista sugere os seguintes tópicos para serem trabalhadas com o apoio de dispositivos de CAA (no caso, o TD Snap + Core First):

  • Compartilhamento de informações
  • Esperar a vez
  • Contato visual
  • Manter-se no assunto
  • Iniciar uma conversa
  • Fazer comentários bons e apropriados
  • Contar histórias
  • Fazer perguntas individualizadas
  • Responder a perguntas

Nível 1

  • O interlocutor deve identificar atividades que são interessantes à criança/pessoa com NCC.
  • Interação do vai e vem – você falar e esperar sua vez em uma interação/atividade familiar à criança.
  • Iniciar ou finalizar interações com mensagens simples, como oi e tchau, boa tarde.
  • Prestar atenção na criança/pessoa com NCC durante as interações, com contato visual regular, demonstrando reconhecimento da presença.

Stephanie sugere para quem trabalha com calendário de rotina incluir como parte da programação essa interação social. “Eu ouço diversas vezes ‘esse garoto não está interessado em interação social’, mas eu sempre pergunto: ‘como você sabe disso?’

Existe uma crença, por exemplo, que pessoas com autismo não têm desejo de interagir socialmente. Não é que eles não tenham esse desejo, eles apenas não sabem como. Por isso, quando incluímos a interação social como parte da rotina, as pessoas com autismo vão começar a exercitar essa habilidade. Exemplo disso é incluir na rotina de chegada à escola o botão de ‘bom dia professora’, caso os profissionais utilizem algum dispositivo de CAA com símbolos. Vale lembrar da importância da prática da modelagem: utilizando o mesmo exemplo ao entrar na sala, apertar o botão do bom dia ao mesmo tempo em que se fala a saudação”.

Outro item para trabalhar a questão social é usar os símbolos de atividades, como esperar por sua vez, na parte de jogos.

Nível 2 

  • Fazer comentários apropriados em uma atividade com assistência para navegar até a página correta do dispositivo
  • Usar palavras e frases educadas (por favor, obrigado), por exemplo
  • Compartilhar diversas novidades/informações (pré-programadas no dispositivo), com assistência para navegar até a página correta no dispositivo.
  • Participar de conversas vai-e-vem (esperar a vez) por mais de dois turnos em quaisquer situações e atividades
  • Trabalhar com o tópico sobre mim – incentiva a criança a falar suas informações pessoais, como data de aniversário, entre outros.

Dica 2 – identifique o vocabulário apropriado

É importante ainda identificar o que interessa ao aluno, como a leitura de livros, por exemplo, para desenvolver as habilidades sociais. No caso de pessoas que já utilizam softwares de CAA, como o TD Snap + Core First, os tópicos fornecem as ferramentas necessárias para participar de conversas de maneira eficiente, como: perguntas, comentários gerais, comentários positivos e comentários negativos sobre um tema escolhido, de agrado do aluno.

A especialista ressalta ainda que crianças com desenvolvimento típico também falam coisas erradas e continuam interagindo. “Essa é uma habilidade que também precisamos desenvolver em crianças que estejam usando a CAA”.

Utilizando o exemplo da leitura de um livro, uma sugestão de Stephanie para iniciar a atividade é utilizar o botão de perguntar à criança qual livro ela quer ler. Dessa forma, com o dispositivo de CAA, é possível modelar com a criança tais atividades. Assim, depois de finalizada a atividade, o terapeuta pode agradecer à criança ao mesmo tempo que aperta o botão de ‘obrigado, obrigada’. “Durante toda a atividade, vou modelando e quanto mais modelagem você fizer, melhor será, porque você estará ensinando à criança como funciona em uma interação social”, salienta a especialista.

Dica 3 – Ofereça oportunidades para a prática de habilidades sociais

A repetição ajuda o aprendizado! Programe um tempo a cada dia para a prática de novas habilidades.

É muito importante planejar de antemão maneiras de incluir atividades para realmente introduzir a habilidade social na vida de cada pessoa. Stephanie sugere um planejamento simples para uma semana, cujo objetivo é introduzir e focar nas habilidades sociais:

Dia 1: Apresente a habilidade, por exemplo, falar oi e tchau.

Fale sobre… converse sobre momentos para se dizer oi e momentos para se dizer tchau. O que o aluno já sabe? 

Leia um livro/veja imagens sobre todas as maneiras com as quais podemos dizer oi.

Dia 2: construa a habilidade

Pratique!

Procure palavras no seu dispositivo que podem ser usadas para se dizer oi e tchau. Releia o livro, toque em oi e tchau no dispositivo.

Dia 3: construa a habilidade 

Pratique!

Fique perto da porta e diga oi/tchau conforme pessoas entram ou saem da sala de aula.

Dia 4: Use a habilidade

Pratique!

Ande pelo corredor para encontrar pessoas para quem dizer oi/tchau

Dia 5: Use a habilidade/avalie

Pratique e avalie

Chegue perto da criança sem avisar e proporcione tempo de espera. Se não houver reação, use um início de conversa natural.

A especialista ressalta que para ensinar a saudação de oi e tchau, uma sugestão é buscar um livro que falem dessa habilidade de oi e tchau para que seja lido todos os dias para a prática da habilidade social. “Uma coisa que a gente se engana é que acabamos fazendo muitos testes – que não ensinam maneiras significativas de usar esse oi e tchau”, explica. Ela sugere ainda que os professores/terapeutas utilizem maneiras criativas para que a prática aconteça. 

Fonte: Webinar ministrado pela Tobii Dynavox – https://youtu.be/FX8rr2AyoF4?si=a__PeGFk3SUfYr1r

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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