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A importância da reanimação cardiopulmonar (RCP) no salvamento de vidas

Boneco de RCP no chão sobre uma capa azul, com uma pessoa ajoelhada ao seu lado com as mãos entrelaçadas sobre o tórax do boneco
Pessoa treinando RCP em um simulador

Apesar de ser um termo que, a princípio, parece ser apenas utilizado por profissionais da área da saúde, a reanimação cardiopulmonar ou RCP é uma das medidas emergenciais mais eficientes (desde que elaboradas de forma correta), ao possibilitar o salvamento de uma pessoa que esteja sendo acometida por alguma parada cardiovascular ou respiratória. 

A situação é considerada gravíssima, uma vez que as células do cérebro podem morrer devido à falta de oxigenação e, assim, ocasionar sequelas irreversíveis.  Segundo a American Heart Association (órgão responsável pela publicação científica das Diretrizes para Reanimação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE), que servem de base para os procedimentos de salvamento nos Estados Unidos e no mundo), a chance de sobrevivência cai 10% a cada minuto sem socorro. As chances de sobrevivência são quatro vezes maiores quando alguém apto reconhece os sintomas, pede socorro ao serviço adequado do SAMU ou corpo de bombeiros e, principalmente, inicia as compressões torácicas (RCP – Reanimação Cardiopulmonar)”, esclarece Dr. Hélio Penna, especialista em Medicina Intensiva e Cardiologia do HCor (Hospital do Coração).

Por isso, as manobras para a reanimação cardiopulmonar são fundamentais e o tempo é fator determinante não apenas para salvar a vida da pessoa que está sofrendo o problema, mas para evitar sequelas mais graves. Devido à importância nos primeiros socorros à vítima é que diversos estabelecimentos, como condomínios, academias, escolas, empresas, entre outros, estão cada vez mais aplicando em suas dependências treinamentos de RCP em simuladores para, assim, preparar o maior número de pessoas para eventuais situações emergenciais. 

A prática, apesar de popularmente ser conhecida como uma “massagem cardíaca”, combina técnicas de compressões torácicas com a finalidade de bombear o coração para melhorar o fluxo sanguíneo e, assim, fornecer oxigênio ao cérebro até que chegue o atendimento médico emergencial. Tal procedimento pode salvar a vida de uma vítima que aguarda ajuda médica e pode ser aplicado por qualquer pessoa, mas nem por isso deve ser realizado de qualquer maneira. “A compressão torácica deve ser feita num ritmo de 100 a 120 compressões por minuto (ou no mínimo 100 compressões por minuto). É uma técnica cansativa porque precisa de repetição. Portanto, a pessoa que faz a compressão tem que aguentar e não desistir até a chegada do socorro”, orienta Dr. Hélio Penna.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU –  192) explica qual é o passo a passo: 

  1. Verifique se o local é seguro;
  2. Mantenha a vítima deitada no chão;
  3. Ajoelhe-se ao lado dela;
  4. Sobreponha as mãos e posicione-as em cima do osso do peito da vítima;
  5. Mantenha os braços esticados (nunca dobre os cotovelos);
  6. Inicie a compressão do peito da vítima, imprimindo peso sobre ela (até uma profundidade de pelo menos cinco centímetros) e soltando;
  7. Faça 100 compressões por minuto;
  8. Se possível, a cada 100 compressões reveze com outra pessoa até a chegada do Samu 192.

Você sabia que em locais de trabalho com concentração acima de mil pessoas ou circulação média diária de 3 mil ou mais pessoas, como aeroportos, shopping centers, estádio de futebol, hotéis, casas de espetáculos, academias, clubes, entre outros, é obrigatório manter, em suas dependências, o aparelho Desfibrilador Externo Automático (DEA), que também faz parte da RCP e pode fazer toda a diferença em situações de emergência? Porém, fica a pergunta: o que adianta manter o equipamento se as pessoas não souberem como utilizá-lo? Ao ligar o aparelho, ele mesmo emitirá as instruções sonoras para que sejam posicionadas as placas no tórax da vítima, conforme indicação no próprio desfibrilador.

O equipamento faz uma análise da condição do paciente e dá as orientações necessárias ao socorrista. Caso haja a necessidade de choque, ele solicita que as pessoas ao redor se afastem para o procedimento ser realizado. No entanto, caso não haja um desfibrilador, as manobras torácicas devem continuar até a chegada de um atendimento emergencial.


Mortes por doenças cardiovasculares aumentaram na pandemia

De acordo com um estudo elaborado no fim do ano passado pelas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Minas Gerais (UFMG), juntamente com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e com o Hospital Alberto Urquiza Wanderley, localizado na Paraíba, além das mortes por covid durante a pandemia, houve uma explosão de óbitos provocados por doenças cardiovasculares: as mortes por infarto, AVC e por problemas cardiovasculares cresceram 132% em Manaus em comparação com os números de 2019; em Belém, houve um aumento de 126%; em Fortaleza, 87,7%, seguido de Recife (71,7%), Rio de Janeiro (38,7%) e São Paulo (31,1%).

Os números são ainda mais preocupantes na comparação entre 2020 e 2021. No ano passado, de acordo com registro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, por meio do Cardiômetro, mais de 380 mil pessoas perderam a vida para alguma doença ou complicação cardíaca. 

Causas da parada cardíaca

A parada cardiorrespiratória (PCR) pode ocorrer em qualquer pessoa, com ou sem histórico de problemas cardíacos, pode sofrer infarto ou mal súbito a qualquer momento ou ainda ser consequência de asfixia, intoxicação, traumatismos, eletrocussão, afogamento, estado de choque, sufocamento e diversas outras situações ou sintomas de outras comorbidades.

Mas, em vista desse cenário e de que 86% das mortes por parada cardíaca acontecem em casa, o treinamento em manobras de RCP faz a diferença e é fundamental como medida de primeiros socorros até a chegada do atendimento médico. 

A simulação clínica no preparo da sociedade

Exatamente por isso é que os simuladores de RCP são fundamentais para que todos – tanto profissionais de saúde que precisarão desenvolver as habilidades pelo exercício da profissão, como a população que queira estar preparada para eventuais situações -, possam ser treinados com segurança, além do conforto de aprender as manobras em manequins ao invés de pessoas reais. 

Exemplo disso é o Practi-Man Plus, um simulador de RCP, que vem com monitor wireless, permitindo a visualização da velocidade e profundidade das compressões através de sinais luminosos, além de possibilitar a verificação dos resultados finais do treinamento. O simulador possibilita ainda o treinamento do uso do Desfibrilador Externo Automático e está disponível em dois tons de pele.

Para o treino da ressuscitação cardiopulmonar em bebês, o Manequim bebê Practi-Baby para RCP ajudará os praticantes a treinarem as manobras de RCP de forma realística em um recém nascido, pois possui exclusivo sistema de respiração, incluindo nariz como função real. O manequim, disponível em dois tons de pele, apresenta tamanho, peso e movimentos reais de cabeça, que permitem realizar o treinamento do procedimento de reanimação cardiopulmonar (RCP) pediátrico corretamente. 

Confira esses e outros modelos de simuladores de RCP e ofereça a melhor capacitação aos seus estudantes, profissionais da área da saúde ou funcionários para que estejam preparados para salvar vidas em qualquer hora, em qualquer lugar! 

Fontes:

https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/hcor-realiza-treinamento-de-reanimacao-cardiopulmonar-para-os-funcionarios-do-sesc/

https://abccardiol.org/article/aumento-de-obitos-domiciliares-devido-a-parada-cardiorrespiratoria-em-tempos-de-pandemia-de-covid-19/

https://www.revistaencontro.com.br/canal/saude/2021/08/numero-de-mortes-por-paradas-cardiacas-aumenta-durante-a-pandemia.htmlhttps://saude.es.gov.br/massagem-cardiaca-samu-192-orienta-sobre-tecn#:~:text=%2D%20Inicie%20a%20compress%C3%A3o%20do%20peito,a%20chegada%20do%20Samu%20192.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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