Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas famílias que têm filhos com dificuldades na fala, como afasia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), entre outros, é a inclusão social dessas pessoas, seja na sala de aula, seja no mercado de trabalho. Apesar de a cada ano o assunto estar cada vez mais em voga, as famílias ainda lutam contra o preconceito e a falta de informação.
A Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) é fundamental no processo de inclusão, uma vez que possibilita maior autonomia à pessoa com deficiência, eleva sua autoestima e promove a socialização, seja por meio da baixa tecnologia, como as pranchas de comunicação impressas em papel (confira aqui alguns modelos para baixar gratuitamente) que são extremamente funcionais e importantes para o desenvolvimento de alunos não verbais, quanto da alta – como os equipamentos de controle ocular, que permitem o usuário acessar os recursos de computadores e aplicativos desenvolvidos para a CSA apenas com o movimento dos olhos.
Mas, é preciso lembrar que a inclusão também precisa ser estimulada pela família para que a criança ou adolescente se comunique fora de casa: muitas vezes os familiares estão acostumados a se comunicar com a pessoa com deficiência, mas esta não se sente segura para socializar fora do ambiente familiar. Além disso, é preciso também que os pais pesquisem sobre os recursos da tecnologia assistiva mais apropriados, de acordo com cada necessidade, que ajudem no ambiente escolar, seja com os professores ou com os colegas de sala.
No lado das escolas, apesar de ainda não ser a realidade em todo o país – estamos ainda longe disso-, muitas instituições de ensino estão vendo a importância de se adaptarem para receber alunos com necessidades especiais por meio da CSA – algo super positivo por estimular a socialização com os colegas de classe e professores e, principalmente, ensinar aos demais alunos a respeitarem as diferenças, o acolhimento e a empatia pelo outro e suas limitações. Além dos recursos de CSA, muitas escolas já estão oferecendo equipes multidisciplinares com terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos para atender esse público – uma grande vitória que vem sendo conquistada ano a ano.
E, falando em instituições de ensino, na próxima newsletter abordaremos sobre as salas de aula inclusivas: por onde começar – quais recursos básicos de tecnologia assistiva a escola precisa ter, entre outros.