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Livro “Metamorfose da Mente”, de André Luiz Azevedo, aborda a síndrome do encarceramento pós-AVC e será lançado dia 6 de dezembro

Foto de André sentado em frente ao computador e ao lado uma tarja azul com a foto de seu livro.

André Luiz Silva de Azevedo atuou na Polícia Militar ao longo de 11 anos e, prestes a completar 33 anos, em 2016, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico de tronco, que o deixou com mobilidade reduzida e prejuízos na fala. As batalhas enfrentadas pelo jovem e como ele lida diariamente com os desafios das sequelas são o foco do seu primeiro livro, escrito por meio do controle ocular: “Metamorfose da Mente”, que será lançado no dia 6 de dezembro, às 19h30, na cafeteria Peresin (Rua Dom Silvério, 150 – Alto dos Passos – Juiz de Fora/MG).

“Desde a ocorrência do AVC, sempre fui incentivado a escrever um livro, mas ainda não havia despertado esse interesse em mim. Em 2021, quando comecei a utilizar o controle ocular, que foi um divisor de águas em minha vida, passei a escrever com o movimento dos olhos vários textos sobre diversos assuntos, entre eles o que eu chamo de ‘hospital da morte’, e os compartilhava com  amigos e familiares. Meu pai os imprimia e guardava em uma pasta. No início de 2024, após uma limpeza em meu armário, estava determinado a me desfazer dos textos, até que fui convencido pela minha enfermeira com a seguinte frase: “um dia você vai precisar dessa pasta e vai se arrepender de ter jogado fora!”. Passei então a relê-los e reescrevê-los e, assim, surgiu a vontade de compartilhar as minhas vivências, principalmente, sobre ser vítima da ‘síndrome do encarceramento’ – quando você se sente prisioneiro dentro do seu próprio corpo, porque a cognição é preservada (sequela rara do AVC), mas o restante dos movimentos estão totalmente paralisados, sendo os olhos a única janela de comunicação com o mundo. No início foi bastante difícil lidar com essa condição, que me levou a um estado depressivo. Mas, com acompanhamento psicológico, acolhimento familiar e o uso da tecnologia assistiva, passei a olhar a nova realidade de forma mais suave e a ter mais qualidade de vida. Por isso, o livro é também uma forma de contribuir com quem talvez também esteja passando pela mesma situação. Além disso, familiares que convivem com pessoas com a síndrome do encarceramento podem também compreender melhor suas questões”, salienta o autor.

André complementa: “Por isso, o título é a condição inevitável para conviver de maneira assertiva com tal síndrome e proporciona um mergulho profundo na minha realidade pós-AVC (uma convulsão, uma parada cardiorrespiratória de 40mim, uma pneumonia, 11 dias em coma, dois meses internado e uma traqueoplastia), e no magnífico mundo da CAA. O livro traz também ainda uma pitada de ficção, relatada através do delírio de um encarcerado que se encontra preso no ‘hospital da morte’, junto com o enfermeiro fausto acometido de um pesadelo durante o serviço”, diverte-se André, ao fazer suspense quanto ao que o leitor encontrará na obra, que foi escrita ao longo de quatro meses.

A todos que, como ele, são vítimas de um AVC, André ressalta: “É preciso resiliência, pois tudo vai depender de como você lidará com a condição dia após dia e lembre-se sempre que o AVC não é o fim, é apenas o recomeço da sua nova jornada. Portanto, viva intensamente, independente das suas dificuldades. A felicidade pode ser sentida nos momentos mais simples”

Os interessados em adquirir o livro “Metamorfose da Mente” podem entrar em contato com o autor pelo instagram @andreaz_caa/ ou pelo WhatsApp (32) 9163-2720.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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