Hoje, 26/9, é celebrado o Dia Nacional do Surdo, comemorado por ser a data de fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), a primeira escola para surdos no Brasil, fundada em 1857, pelo professor francês Hernest Huet, que era surdo. A data propõe a conscientização acerca dos direitos e a inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade, além de trazer à memória as lutas históricas da comunidade surda por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania.
E, como forma de ressaltar o protagonismo das pessoas com deficiência auditiva, compartilhamos a história de vida de um jovem que, desde 2021, vem contribuindo com excelência com o time de e-commerce da Civiam: Carlos Vinícius Aureliano Santos, 24 anos. Ele ingressou na área de logística e comercial em um dia para lá de especial: no aniversário de sua mãe, celebrado dia 14 de outubro.
Quem o conhece por seu jeito gentil e sempre com um sorriso para receber os clientes e colegas do trabalho, não imagina as lutas que o jovem enfrentou em sua vida por conta da sua condição: antes de chegar à Civiam, Carlos passou por diversas experiências negativas em outras empresas. “Por causa do preconceito em relação à deficiência auditiva, as pessoas não me viam como capaz. Era comum os superiores ficarem supervisionando o meu trabalho por não confiar na minha capacidade e, por isso, eu não conseguia permanecer em um emprego por mais de um mês”, salienta.
O profissional foi indicado para trabalhar na Civiam por um amigo de escola, que Carlos ressalta que sempre o tratou de forma igual a todas as outras pessoas, assim como os demais amigos que mantém até hoje em seu círculo de amizades. No entanto, a sua jornada escolar nem sempre foi cercada por pessoas inclusivas, pelo contrário: “Além da deficiência, sofri preconceitos pela questão racial por eu ser a única pessoa negra do colégio e também pela questão econômica, por ser bolsista em uma escola considerada de elite”, relembra. No Ensino Superior, ele destaca que não sofreu nenhum tipo de preconceito durante os dois anos que cursou Contabilidade, nem no atual curso de Gestão de TI, na UNIP, que concluirá este ano.
No entanto, um dos grandes desafios que teve que lidar, Carlos cita o preconceito de familiares, que o fez, por muitos momentos, ter vergonha da deficiência: “Até mesmo utilizar o aparelho auditivo era motivo de vergonha, ainda mais na adolescência, onde queremos pertencer a grupos de amigos e não nos sentir diferente. Mas, chegou um momento em que resolvi encarar de outra forma: passei a aceitar a deficiência, a valorizar os meus talentos e o quanto tenho a contribuir com a sociedade”, ressalta.
E contribuição essa que tem sido bastante reconhecida, tanto pelo time da Civiam quanto pelos clientes, que comumente tecem elogios ao atendimento do profissional. “O Carlos é uma pessoa que sempre se esforça para ajudar o time e vem constantemente aprimorando seu conhecimento sobre os produtos – algo que ele transmite com maestria quando atende em nosso showroom, demonstrando e detalhando sobre o funcionamento de cada item. Dessa forma, ele encanta os clientes e, com toda certeza, ele representa muito bem a empresa”, destaca Eliete Pereira, responsável pelo e-commerce da Civiam.
Ainda que tenha alguma audição em ambos os ouvidos, Carlos diz ser fundamental o Dia Nacional do Surdo para que todas as pessoas com deficiência auditiva lembrem que têm seus direitos quanto à inclusão profissional e social. Ele propõe ainda à sociedade a prática de duas palavras, que são pequenas na escrita, mas gigantes em termos atitudinais: “compreensão e paciência” que, na sua visão, fazem toda a diferença quando o assunto é inclusão. Além disso, o jovem ressalta: “Contar a minha história me fez revisitar toda a jornada pela qual passei para chegar até aqui. Cada pessoa com deficiência auditiva tem uma trilha a seguir, mas se eu pudesse voltar no tempo, eu falaria para mim mesmo as duas palavras que citei acima para que eu fosse mais compreensivo e paciente comigo, uma vez que eu me cobrava demais por me comparar às pessoas sem deficiência. Por isso, desejo que cada um possa traçar a sua jornada, lembrando que não somos menos que ninguém e podemos – e devemos! – ocupar o nosso espaço na sociedade”.