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Entenda o que é educação inclusiva

Foto de uma sala de aula inclusiva com 4 alunos de uns 5 anos de idade sentados em cadeiras e um alunos está sentado em uma cadeira de rodas. Duas professoras também estão sentadas.

A inclusão na educação é, atualmente, um dos principais desafios das escolas regulares e, principalmente, de educadores e professores. Diversas dúvidas são corriqueiras, tais como: “de que forma incluo um aluno com deficiência em sala de aula?”, “como tornar uma escola inclusiva?”, “como adaptar os materiais?”, entre outras.  

Mas, é preciso que os profissionais entendam, primeiramente, o que, de fato, significa educação inclusiva: o ensino/aprendizagem livre de preconceitos, onde a escola se torna acessível para todos: alunos com e sem deficiência, olhando as diferenças e particularidades de cada um com foco no potencial e não nas dificuldades. Dessa forma, na educação inclusiva, as diferenças são reconhecidas e valorizadas. Sendo assim, é previsto, portanto, o fim da abordagem “iguais x diferentes”, “normais x deficientes”. Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular, ou seja, sem subdivisão, uma vez que as escolas inclusivas atendem às diferenças sem ter que trabalhar com determinados alunos à parte.

E você sabe a diferença entre educação inclusiva e educação especial? Como já citamos, a educação inclusiva compreende o acesso à aprendizagem a todos os alunos. Já na educação especial, o ensino é voltado exclusivamente a pessoas com deficiências e, por isso, não há alunos sem deficiência. 

A inclusão escolar no Brasil

Apesar de ser um tema que vem ganhando cada vez mais relevância, a inclusão escolar nas escolas regulares ainda enfrenta percalços. Grande parte pela falta de formação profissional dos educadores e assistentes sobre como incluir alunos com deficiência e também pela falta de infraestrutura e materiais adaptados. Exatamente por isso é que as escolas especiais, muitas vezes, servem de apoio ao aluno com deficiência que está matriculado na escola regular – os chamados AEE (Atendimento Educacional Especializado). Dessa forma, essas escolas especiais têm o papel de apoiar e complementar o ensino regular atendendo as necessidades educacionais especificas, e não de invalidar as escolas regulares. Vale lembrar que, pela lei, é previsto professores de apoio, que acompanharão o aluno com deficiência na sala de aula comum e que podem servir de ponte entre a escola regular e os AEEs. Por isso, é de suma importância o professor de apoio ter uma formação profissional específica para as necessidades do aluno que irá atender. Para exemplificar: se o aluno é autista, o professor de apoio solicitado deve entender de autismo e métodos de intervenção como o ABA, por exemplo. No caso de alunos cegos, o profissional deve saber o Braille, pois só dessa maneira é que conseguirá auxiliar o aluno na sala de aula regular. 

Ou seja, com um trabalho em conjunto entre a escola regular, os Centros de Atendimento Educacional Especializado e os terapeutas (fonos, TOs, fisios..) que atendem a criança é que a inclusão tem mais probabilidades de acontecer. E não é porque existem os AEEs e professores de apoio especializados que as escolas regulares não devem pensar em inclusão, pelo contrário. Para tornar a sala de aula regular mais acessível possível, é preciso pensar na acessibilidade como um todo: desde a infraestrutura; a disponibilidade de recursos e de tecnologias assistivas, materiais adaptados.

Além disso, é preciso que haja a disposição dos profissionais de apoio e das escolas regulares para uma atualização constante sobre a inclusão escolar. Muitos não têm o preparo para lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente ao atender alunos com deficiência. E saber lidar com as diversidades, ainda que o profissional não tenha especialização em atendimentos específicos, como autistas, pessoas surdas, estudantes com mobilidade reduzida, entre outros, é primordial que entendam que o acolhimento amoroso e a empatia com os alunos é fundamental no processo da inclusão.

Mas, vale ressaltar que a inclusão escolar não é apenas papel do professor em sala de aula. A escola como um todo deve fazer parte do processo, pois, de acordo com o MEC, as adaptações curriculares que devem ser feitas compreendem estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola (MEC, 2003).

Além disso, de acordo com o INES (Instituto Nacional de. Educação de Surdos) as adaptações de currículo constituem criar condições físicas, ambientais e materiais para o aluno, proporcionando os melhores níveis de comunicação e interação com as pessoas com as quais convive na comunidade escolar, a participação nas atividades escolares e toda a estrutura necessária, como mobiliário, recursos e equipamentos específicos e salas adaptadas.

Vale ressaltar que entre os recursos citados, a escola deve fornecer ou atuar para a aquisição de itens, como: equipamentos e softwares específicos de Tecnologia Assistiva, entre outros.

Pilares da educação inclusiva

Para que a inclusão escolar seja realmente realizada, há três pilares essenciais:

– Formação e especialização constante dos professores/educadores: é preciso que os profissionais saibam os direitos do aluno e os deveres da escola e do Estado, e compreender a importância da diversidade.

– Rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais especializados (fisioterapeutas, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, médicos, engenheiros, entre outros). Todos devem estar envolvidos no processo, trabalhando como uma equipe para proporcionar ao aluno a melhor experiência escolar (e de vida) que ele possa ter.

– Adaptação da estrutura da escola (com o objetivo de eliminar as barreiras arquitetônicas – físicas) e do currículo (pedagógicas). Os profissionais devem fazer uso da tecnologia assistiva como recurso de adaptação de materiais.

Sabemos que o caminho da educação inclusiva como deveria ser: acolhendo todos os estudantes para suas jornadas de aprendizagem, sem diferenciação, é ainda longo e desafiador. Mas, com o crescente número de especializações e com o tema cada vez mais em pauta, é possível que a inclusão nas escolas regulares, em parceria com os AEEs, seja um futuro não muito distante a ser alcançado. 

Fonte: texto baseado em:

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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