Pesquisar

Alessandra Gomes Buosi – fonoaudióloga com atuação em alimentação e linguagem infantil

A seguir, uma entrevista com a fonoaudióloga Alessandra Gomes Buosi. Ela nos explica o que é a Fonoaudiologia; conta um pouco sobre seus atendimentos e sobre a parceria com a Civiam na tradução da base de dados do PODD para o Tobii Communicator – entre outras coisas.

“Desde pequena me impressionava com as dificuldades de alimentação e comunicação de uma prima mais velha com paralisia cerebral. Procurei alguma profissão que trabalhasse alguma destas questões e encontrei a fonoaudiologia.”

Foi assim que Alessandra Gomes Buosi, de 40 anos, começou a trilhar seu caminho profissional. Fonoaudióloga há 19 anos e Mestre em Ciências da Saúde desde 2010; suas principais áreas de atuação são justamente alimentação e a linguagem infantil. Ela explica mais sobre a profissão: “A fonoaudiologia é muito ampla. O Conselho Regional de Fonoaudiologia a define como responsável pela promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico; orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos da função auditiva periférica e central, da função vestibular, da linguagem oral e escrita; da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas miofuncional, orofacial, cervical e de deglutição.” Na prática, é uma área que pode trazer melhoras no cotidiano de qualquer pessoa em qualquer idade. Independentemente de um diagnóstico médico. Uma referência bastante conhecida é a integração da fonoaudiologia nos cuidados de radialistas e cantores, por exemplo, para ajudar estes profissionais a usarem a voz da melhor maneira possível… E assim por diante.

Trabalhando cores

Mas os atendimentos de Alessandra são bem mais complexos do que isso: ela atende apenas crianças e, em sua maioria, com algum tipo de necessidade especial. “A grande maioria das crianças tem algum transtorno de comunicação, alimentação ou ambos. Aparecem como manifestação de diagnósticos mais amplos como síndromes, afecções neurológicas, transtorno do espectro autista, prematuridade, entre outros.” Nestes casos, Alessandra explica que a função é auxiliar em todo o desenvolvimento de linguagem, fala e alimentação, promovendo ainda melhora na interação social e inclusão em diversos contextos. “Acredito que o maior desafio seja proporcionar melhora na qualidade de vida destas crianças e famílias”.

Como parte dos atendimentos, ela usa recursos de Comunicação Alternativa. Entre eles o Tobii PCEye. “Usamos o PODD (Pragmatic Organisation Dynamic Display), PECS (Picture Exchange Communication System), PCS (Picture Communication System) e o Bliss. Sobre a experiência com o PCEye: “Tem sido maravilhosa! Sempre me questionei sobre como evoluir nas pranchas de comunicação em relação ao vocabulário ou quantidade de símbolos por página, principalmente nos casos em que o comprometimento motor era mais significativo. Usava, é claro, métodos indiretos de acesso, como varredura visual, por exemplo. Mas estes necessitavam de tempo de atenção e foco maiores, o que muitas vezes para crianças tornava-se cansativo e desestimulante.

O PCEye permite acesso direto, sem interferência do interlocutor, com resposta imediata. Desta forma, a criança percebe o processo de comunicação desde o início como algo prazeroso e eficiente.”

Trabalhando categorias

Como consequência destes bons resultados, Alessandra fez em parceria com a Civiam a tradução da base de dados com 20 imagens do PODD (recurso de comunicação alternativa citado acima) para o Tobii Communicator. “Este método é muito interessante, pois estimula o desenvolvimento linguístico baseado em sua evolução natural. Assim a criança é estimulada inicialmente a acessar apenas palavras, em seguida palavras justapostas, passando para frase simples e então narrativas. Já com esta primeira base de dados é possível estimular todas as funções de linguagem previstas. Assim, diferente de outros métodos, cuja organização é sintática, neste a organização é pragmática, ou seja, funcional.”

A fonoaudióloga enfatiza a importância da criança passar pelo processo de aprendizagem da linguagem oral expressiva paralelamente ao uso do Tobii PCEye e das outras ferramentas de acesso; para que possam entender estes recursos e saber utilizá-los. Ou seja, para que possam se comunicar efetivamente por meio deles.

Esperamos que os resultados positivos continuem aparecendo.

Até a próxima!

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

Artigos recentes