Traduzido de: http://www.timocco.com/avital-yaakovi-talks-about-working-with-an-asd-child-timocco/
Por Eran Arden

Trabalho com Tomer, um menino de 4 anos e meio que está no espectro do autismo. Tomer se comunica com poucas palavras, apesar de geralmente passar sua mensagem. Ele se distrai com estímulos visuais e sonoros, mas seu perfil sensorial ainda não foi totalmente determinado. Obter um senso de autopercepção o ajuda a iniciar e completar atividades mas, apesar disso, ele não se mostra receptivo e muitas vezes resiste.

Tomer normalmente parece não estar atento à sua volta; parece distraído e fica constantemente vagando pelo espaço, sem se concentrar em suas tarefas. Frequentemente ele se distancia da equipe para correr pela creche. Ele demonstra uma estranha orientação espacial e apenas quando está à mesa desenhando ele persiste (em relação às outras atividades). Ele não consegue se engajar em atividades espaciais e, em vez disso, deita ao chão. Quando sentado em uma cadeira, os estímulos são minimizados, ele se orienta para a tarefa e suas dificuldades físicas são suprimidas.

Comecei a trabalhar com Timocco para abordar sua orientação espacial. Por causa das experiências anteriores, eu estava um pouco hesitante. Inicialmente, Tomer concordou em jogar somente quando estava sentado. Depois enquanto estava e pé e eventualmente, enquanto eu segurava os ombros dele para propiciar pressão e ter certeza de que ele estava relaxado; mas também para ajudá-lo a se manter envolvido com a atividade.

Depois de várias sessões de jogos com o Timocco, eu não precisava mais segurá-lo, e ele sabia que tinha que ficar em frente à tela em vez de ficar andando pelo local. Como ele ainda precisava de pressão nos ombros, ele deixei ele jogar vestindo um colete de pressão.

Nas última vezes em que jogamos, Tomer já não precisava mais do colete de pressão e conseguia se manter envolvido com a atividade por um certo período de tempo – cerca de 10 minutos – apenas com assistência verbal.

Trabalhar com crianças no espectro autista é frequentemente um processo bastante lento, e o progresso de Tomer – de total inabilidade para participar de atividades espaciais, até a participação ativa por um certo período de tempo – foi surpreendente. Ele não apenas queria participar das atividades, mas também pedia, no início das sessões. Ele dizia: “macaco, macaco!”. Durante os jogos, ele às vezes pedia por algum outro jogo que ele gostava mais: ‘Jogo dos Balões’ e ‘Bolha de Sabão’ entre estes.

Em nossa última sessão, Tomer pediu para jogar Timocco e, como não tínhamos acesso a um computador, eu desenhei o Timocco para ele colorir. Fiz ele vestir o colete de pressão, fixei o desenho a uma porta, e Tomer o coloriu enquanto ficava de pé sobre um balanço vestibular.