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Salas sensoriais: importante ferramenta de inclusão e acolhimento

Garota se acalmando dentro de uma rede de lycra em uma sala sensorial

As salas sensoriais têm ganhado cada vez mais destaque em espaços públicos, como escolas, estádios de futebol, aeroportos, shoppings centers, entre outros. Elas têm o objetivo de proporcionar bem-estar e acolhimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neurodivergências, uma vez que muitas delas apresentam alta sensibilidade sensorial e auditiva, e alguns ambientes podem gerar estresse e desregular suas emoções. 

Como funcionam as salas sensoriais

Estimulação sensorial: as salas são equipadas com uma variedade de equipamentos e elementos visuais, auditivos, táteis, olfativos e de movimento que estimulam os diferentes sentidos. 

Regulação emocional: o ambiente controlado e acolhedor ajuda as pessoas a se sentirem mais seguras e relaxadas, permitindo que regulam suas emoções. 

Redução da sobrecarga sensorial: as salas oferecem opções para diminuir a estimulação sensorial, como luzes suaves, sons silenciosos e ambientes tranquilos. 

Apoio à comunicação: as salas podem ser usadas para auxiliar na comunicação e na interação social, proporcionando um espaço seguro e confortável para as pessoas. 

Benefícios das salas sensoriais

Redução da ansiedade e do estresse: 0 ambiente controlado ajuda a diminuir a ansiedade e o estresse, promovendo o bem-estar. 

Melhora da regulação emocional: as salas auxiliam na regulação emocional, permitindo que as pessoas controlem seus sentimentos e reações. 

Aumento da capacidade de aprendizagem: um ambiente mais calmo e seguro pode facilitar o processo de aprendizagem, especialmente para pessoas com necessidades especiais. 

Melhora da comunicação: as salas podem facilitar a comunicação e a interação social, criando um ambiente mais propício para a interação.

Assim, ao funcionarem como um local de “alívio” em ambientes públicos, os espaços sensoriais ajudam a prevenir crises de comportamento e possibilitam maior conforto, acalmam os sentidos e melhoram a organização cerebral. Dessa forma, proporcionam também mais segurança e tranquilidade para as famílias.

Na maioria das vezes, as salas apresentam iluminação suave, brinquedos sensoriais, almofadas confortáveis, entre outros recursos. No caso dos aeroportos, algumas têm até poltronas de avião para que as pessoas neurodivergentes possam se regular emocionalmente quanto ao processo de embarque e, assim, evitar o desconforto causado pelo processo de viajar de avião que, por si só, é uma experiência repleta de desafios para as famílias com pessoas com TEA: o ambiente ruidoso, a grande quantidade de estímulos visuais e as constantes mudanças de rotina são os fatores que levaram os aeroportos brasileiros a reconhecerem a necessidade de oferecer suporte a essas pessoas e seus familiares e, assim, garantir uma viagem mais tranquila a todos.

Atualmente, apenas cinco aeroportos brasileiros contam com essas salas: Aeroporto Internacional de Florianópolis (SC), Aeroporto Internacional de Vitória (ES), Aeroporto Internacional de Natal (RN), Aeroporto Santos Dumont (RJ) e Aeroporto de São Paulo/Congonhas (SP). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que quase 200 mil pessoas com TEA circulam mensalmente pelos aeroportos brasileiros.

Alguns shoppings também preocupados em se tornarem mais inclusivos, oferecem espaços para regularização sensorial, como o caso do Mauá Plaza Shopping, do CenterVale Shopping, e do Butantã Shopping, que inaugurou em abril deste ano a Sala de Descompressão Sensorial. Também em abril, no Dia de Conscientização do Autismo, o Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD), em parceria com a ViaMobilidade, inaugurou uma Sala de Acomodação Sensorial (SAS) para pessoas autistas e neurodivergentes na estação Santa Cruz do metrô (Linha 1-Azul e 5-Lilás).

Nas escolas, ainda que existam as salas de recursos multifuncionais (SRM), os benefícios das salas sensoriais são tantos, que a deputada Ana Paula Lima (PT-SC) propõe o Projeto de Lei 4010/24, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e prevê a criação de espaços sensoriais nas escolas públicas de educação básica. Tais ambientes deverão ser projetados para estimular os sentidos das crianças, promovendo o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico. Além de evitar que estudantes com autismo se desregulem no ambiente escolar, as salas proporcionam mais tranquilidade, foco e concentração, que beneficiarão os alunos em sua jornada escolar. 

A Civiam, por meio de seu time de especialistas, desenvolve projetos personalizados de salas sensoriais, incorporando os recursos de tecnologia assistiva mais adequados às necessidades específicas de cada público (escola, clínicas, empreendimentos, entre outros). Nossas salas sensoriais são pensadas para promover inclusão, acessibilidade e qualidade de vida a quem mais precisa. E essa é a nossa missão: oferecer as melhores soluções e recursos para pessoas com deficiência, contribuindo para um mundo mais acessível, acolhedor e inclusivo.

Fontes:
https://www.gov.br/portos-e-aeroportos/pt-br/assuntos/noticias/2024/11/governo-federal-anuncia-salas-em-aeroportos-para-criancas-com-autismo

https://www.camara.leg.br/noticias/1129934-projeto-preve-a-criacao-de-espacos-sensoriais-nas-escolas-publicas-de-educacao-basica/#:~:text=O%20Projeto%20de%20Lei%204010,desenvolvimento%20cognitivo%2C%20emocional%20e%20f%C3%ADsico.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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