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O ensino de matemática para pessoas com deficiência visual tem feito muitas adições

Traduzido de: http://www.perkins.org/stories/blog/adding-it-up

Matemática sempre foi ensinada na Perkins, mas as ferramentas e técnicas evoluiram ao longo do século
por Jamie Gordon

Samuel Gridley Howe, o primeiro diretor da Perkins School for the Blind, acreditava que crianças cegas deveriam ter oferecidas as mesmas oportunidades educacionais que seus colegas sem esta condição – incluindo o aprendizado de matemática.

Alunos usavam tabuleiros de madeira

Em adição a aprender a ler, escrever e soletrar, os alunos de Howe também estudavam aritmética, matemática, álgebra e geometria. No relatório anual de 1835 da escola, administradores da Perkins notaram que “muitos alunos estão avançando no conhecimento da geometria; que a álgebra já era familiar para muitos, e que a aritmética, para a maioria”. Mesmo que muitas pessoas cegas dependessem – e ainda dependam – da aritmética e matemática mentais, assim como em outras áreas, é necessário o desenvolvimento de ferramentas táteis de ensino.

O primeiro tabuleiro matemático – por Nicholas Saunderson

Nicholas Saunderson (1682-1739) foi um matemático inglês que perdeu sua visão ainda criança; e estima-se que ele inventou o primeiro dispositivo de cálculos para pessoas cegas – um tabuleiro aritmético. Isto permitia aos alunos fazer cálculos ao posicionar os pinos em uma superfície esculpida que se assimilava a um tabuleiro de cribbage.

Durante os séculos 18 e 19, quadros e grades de contagem aritméticos existiam em diversas variações. Os quadros frequentemente tinham contadores removíveis com números em relevo ou símbolos nas pontas. Os estudantes podiam posicionar os contadores para mostrar valores e para adicionar, subtrair ou multiplicar.

Os alunos também usavam ábacos de madeira tradicionais para fazer cálculos, mas isso por vezes era desafiador porque o movimento mais suave poderia deslocar as contas. Terrence V. Cranmer, que era cego, resolveu o problema nos anos 60 com o Ábaco Cranmer, que tinha a parte interior forrada com feltro, o que estabilizava as contas. Esta inovação fez com que o ábaco pudesse ser movido ou reservado no meio dos cálculos.

Conforme o Braille ia tendo cada vez aceitação, quadros em Braille e máquinas de escrever se tornavam ferramentas populares e úteis para o ensino da matemática. Mesmo que eles geralmente consumissem mais tempo e fossem mais complicados do que uma simples grade de cálculos, as máquinas em Braille tinham a vantagem de emular a maneira com a qual pessoas videntes fazem cálculos aritméticos. Quando a Perkins Brailler foi lançada, em 1951, o Dr. Edward Waterhouse, o quinto diretor da escola e professor de matemática, notou que alguns dos “componentes mais populares” da máquina foram incluídos “para a conveniência dos pupilos da matemática”. De fato, muitos dos mesmos componentes que fizeram da Brailler tão popular para a escrita – como a facilidade de uso e a habilidade de recolocar o papel para digitar mais – também a tornaram conveniente para a matemática.

Outro grande marco matemático foi a introdução do ‘Nemeth Code for Mathematics and Science Notation’, que foi adotado em 1956 pelo Braille Authority dos Estados Unidos. Desenvolvido por Abraham Nemeth, o código usava o mesmo alfabeto como Braille Padrão em Língua Inglesa, mas determinava a muitas células em braille significados diferentes enquanto símbolos matemáticos. Isso permitia aos estudantes transcreverem e realizarem equações complexas. Hoje em dia, os professores e a equipe da Perkins usam uma variedade de ferramentas para ensinarem matemática na sala de aula. A Perkins Brailler e o ábaco de Cranmer ainda são usados mas, ao mesmo tempo, os professores aderiram a novas tecnologias para transmitirem conceitos básicos e avançados de matemática.

Por exemplo: os alunos do Perkins’ Secondary Program podem usar blocos de gráfico táteis para equações complexas e funções de representação gráfica. Quando precisam criar eixos X-Y e determinarem um ponto, os estudantes podem desenhar no filme tátil, fazendo com que apareça uma linha em relevo. Pode-se também usar aplicativos de iPad para treinar aritmética básica.

Seja qual for a ferramenta, a Perkins continua a desenvolver caminhos inovadores para ajudar alunos com deficiência visual a conectar os pontos – e adicioná-los!

Este post incorpora pesquisa e linguagem de Betsy McGinnity, Jan Seymour-Ford e K.J. Andries.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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