
Um estudo realizado na Universidade da Pensilvânia (EUA) revelou que as mulheres têm menos chance de receber massagem cardíaca de emergência de estranhos e, por isso, têm maior probabilidade de morrerem. Segundo os pesquisadores, a anatomia feminina seria um dos principais motivos, uma vez que a RCP (reanimação cardiopulmonar) é realizada entre os seios da mulher. “Pode ser meio assustador pensar em pressionar com força e velocidade no centro do peito de uma mulher e algumas pessoas podem temer machucá-la’, disse Audrey Blewer, uma pesquisadora da Universidade da Pensilvânia que conduziu a pesquisa.
De acordo com o estudo, apenas 39% das mulheres sofrendo paradas cardíacas em público receberam a RCP, contra 45% dos homens. Foram analisados cerca de 20 mil casos em todo o país, sendo que o sexo masculino teve 235 mais chances de sobreviver do que as mulheres. Trata-se do primeiro estudo a examinar diferenças de gênero ao receber auxílio cardíaco do público, em comparação com o atendimento de socorristas profissionais.
A pesquisa foi divulgada em 2017, mas torna-se ainda atual, uma vez que o receio quanto à anatomia feminina ainda prevalece. Naquela ocasião, Blewer havia afirmado: “A descoberta sugere que o treinamento em massagem cardíaca precisa ser aprimorado. Mesmo assim pode ser sutilmente tendencioso para homens – os manequins usados na prática são geralmente de corpos masculinos”.
Pensando em contribuir com a diminuição do risco de morte em mulheres por meio do treino em simuladores realísticos, é que a Civiam acaba de disponibilizar ao mercado o Female Skin para manequim de RCP PractiMan: o único acessório disponível no Brasil que transforma qualquer modelo do PractiMan em um torso feminino completo da forma mais simples e econômica, sendo essencial para o treino de RCP em mulheres. Disponível em dois tons de pele – clara e escura -, o acessório é elaborado em material ultra-higiênico, durável e adequado para uso com PADS para treinamento de DEA (Desfibrilador Externo Automático), pois não fica com resíduos.
“Existem evidências sobre a redução da mortalidade em pessoas que receberam, de maneira imediata, as manobras de reanimação por voluntários e, com isso, conseguiram manter preservadas as funções cardíaca e cerebral. Um rápido suporte básico de vida (SBV) proporciona até 60% de chance de sobrevivência”, diz Rodrigo Dionísio, cardiologista do Hospital e Maternidade Sino-Brasileiro. No entanto, para que as mulheres também tenham as mesmas chances de sobrevivência que os homens ao receberem a RCP e possam estar dentro desses 60%, a simulação realística é fundamental. E, neste caso, não apenas como aprimoramento de profissionais da saúde que atuam com emergências médicas, mas, principalmente, da população em geral.
Como prestar os primeiros socorros
Caso presencie uma pessoa tendo parada cardiorrespiratória, acione o Samu (ligue 192) ou chame os Bombeiros ou o sistema de atendimento de emergência que for oferecido na região. Depois, inicie o procedimento de reanimação cardiopulmonar (RCP), conforme o passo a passo indicado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo:
- Verifique os sinais de respiração por meio de sons ou movimentos do tórax. Se a pessoa não respira ou sofre para respirar, deite-a de barriga para cima em uma superfície rígida;
- Ajoelhe-se ao lado da vítima, na altura dos ombros dela, e localize o centro do tórax, entre os mamilos;
- Posicione os braços estendidos com os dedos entrelaçados, colocando uma mão sobre a outra, apoiando-se no centro do peito;
- Mantenha os braços esticados e use o peso do corpo para fazer compressões rápidas e fortes;
- Inicie compressões com a frequência de 100 por minuto (ou seja, 5 compressões a cada 3 segundos), comprimindo o tórax na profundidade de, no mínimo, 5 cm para adultos e crianças e 4 cm para bebês.
- A manobra de reanimação deve continuar até a chegada do socorro ou se houver reação da vítima. É recomendada a troca de socorrista a cada 2 minutos para garantir a melhor qualidade do procedimento, pois ele é bastante cansativo.