
As férias estão chegando e, pensando na importância do brincar e em estimular o contato afetivo entre pais e filhos por meio da arte, a Clarear Fonoaudiologia lança o projeto “Modelando e encantando com arte!”. São quatro oficinas temáticas, que acontecem ao longo de todo o mês de julho, com atividades para crianças de qualquer idade que utilizam a Comunicação Suplementar Alternativa (CSA).
“Cada vez mais temos visto nas clínicas de referência no exterior a importância da arte na reabilitação das crianças com necessidades complexas de comunicação. Por isso que na Clarear, embora seja uma clínica focada em fonoaudiologia, temos o braço da musicoterapia e a ideia é aproximarmos mais os dois universos: da arte com o da reabilitação”, explica a fonoaudióloga Alessandra Buosi, fundadora da Clarear Fonoaudiologia. Segundo ela, o projeto surgiu para atender a demanda de pais que buscam opções de entretenimento com CSA aos filhos durante as férias, além das famílias que vêm de outros estados a São Paulo para tratamentos intensivos na Clarear.
“Além disso, um dos principais objetivos é proporcionar um momento para as famílias de troca afetiva com as crianças, pois na correria do dia a dia, a gente acaba esquecendo que são nos momentos mais simples de troca interativa que a evolução da criança e o aprendizado acontecem. Então o projeto visa promover esse olhar para o simples, para a relação de troca através do prazer, que é fundamental para a criança, pois quando ela vivencia situações prazerosas ela concretiza muito mais rápido os aprendizados. Quando associamos tudo isso com a CSA , além do estímulo da modelagem, estamos promovendo cada vez mais que ela se aproxime do seu sistema de comunicação, entendendo que é algo importante na vida dela e que através dele ela consegue ser compreendida e compreender”, explica a musicoterapeuta Vitória de Morais Góes, que ministrará as oficinas.
Confira a programação, que traz vivências independentes e com duração de 40 minutos cada:
06/07 – Oficina de Tie Dye
As crianças deverão trazer camisetas (quantas quiserem) e farão todo o processo do tingimento para criar o efeito tie dye: desde a dobra da camiseta, colocar os elásticos, a escolha das tintas até o tingimento. “Faremos o processo com o apoio do comunicador da própria criança e das pranchas mais específicas voltadas para as atividades para apoiar a pintura. Então a intenção da atividade é que a criança sinta que é ela quem dobra a camiseta, coloque os elásticos, que ela decida onde ela vai colocar a tinta. Além do sentimento de participação, trabalharemos a tomada de decisão, autonomia e a parte mais incrível: ela sentir que criou algo que ela poderá usar depois e sentir que é capaz!”, explica Vitória.
08/07 – Palhaçaria com música
As crianças terão uma rica vivência de expressividade artística, com instrumentos musicais, embalada por canções que as famílias poderão dizer quais são as preferidas das crianças para todos cantarem e tocarem juntos, compartilhando o momento. “E a ideia do palhaço é que tenha um elemento que traga mais movimento para essa brincadeira, onde trabalharemos as expressões faciais, sendo a ideia principal que esse palhaço fale pouco e brinque mais com sons e com isso a gente vai construindo uma narrativa musical. E, claro, tudo apoiado no sistema de CSA da criança, mostrando a ela que a comunicação multimodal é tudo isso: expressões faciais, a fala de fato, a linguagem corporal, os sons”, diz a especialista.

27/07 – Pintura no chão
“A ideia é que a criança tenha mais uma vez um momento livre de exploração do corpo. Teremos tintas pelo chão e que ela possa sair pisando nessas tintas, nos papéis que estão no chão, que ela possa perceber a ação que ela promove no ambiente, no mundo! É um outro momento livre de exploração corporal, recheado de autodescobertas ali do que aquela criança é capaz de fazer, aquele momento dela poder ser realmente criança!”, explica a musicoterapeuta. Vitória explica ainda que a criança que não tiver interesse em pintar, terá à disposição outras possibilidades de materiais gráficos e até mesmo o uso de pincéis. “Mas a ideia central é que ela possa explorar com o corpo, pisar na tinta, passar o seu corpo no papel, colocar a mão na tinta e que a gente consiga construir um espaço de exploração em que ela saia suja, que ela possa brincar livremente e não é só um brincar para estimular, mas um brincar pra que ela vivencie, tenha prazer e que ela associe que se comunicar é prazeroso, que se comunicar traz benefícios para o dia a dia dela”, esclarece a especialista.
29/07 – Experiências com elementos naturais
“Nessa vivência, vamos explorar o campo das atividades táteis e das sensações, como cheiro, cores, texturas diferentes, como a do fubá, do grão de girassol, da pedra, do galho de árvore. Será trabalhada a imaginação, pois a criança vai criar histórias a partir desses materiais ou objetos, ou seja, criar tudo o que quiser, como um boneco, por exemplo. A ideia é que a gente passe de algo que não tem um significado propriamente dito para algo que possamos construir junto com a criança, a partir do significado que ela queira dar. E se ela quiser ficar na exploração sensorial, ela escolhe. Ou seja, a ideia é que ela seja a líder da atividade”.
De acordo com Vitória, todas as atividades terão um fundo musical para que seja criado um ambiente lúdico. “Mas temos todo o cuidado e a sensibilidade para saber se a criança vai suportar o ambiente ou se sobrecarregar, porque sabemos que nem todas as crianças conseguem estar em ambientes com muito estímulo sonoro”, explica.
Apesar do foco ser atividades apoiadas com a CSA, Alessandra e Vitória dizem que as atividades são válidas para todas as famílias que quiserem participar, mesmo que não tenham filhos com necessidades complexas de comunicação. “Além disso, adultos que quiserem participar são bem-vindos também, afinal, precisamos quebrar esse paradigma de que adulto não brinca mais! Precisamos resgatar a brincadeira para caminhar a vida com mais leveza, independente das coisas que que aconteçam ao nosso redor”, enfatiza a especialista.
Os interessados devem fazer a reserva em cada oficina, que tem o custo de R$150,00, pelo telefone (11) 99938-3086. As oficinas acontecem na Clarear Fonoaudiologia, localizada na Rua Vergueiro, 3086 – Vila Mariana/SP.