Os desafios do envelhecimento acelerado da população

Outubro começa com duas datas marcantes para a valorização da terceira idade: o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade. Mais do que uma celebração, trata-se de um convite à sociedade para refletir sobre os desafios e as oportunidades do envelhecimento.
No Brasil, o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741) passou por importantes alterações em 2022, sendo alterado pela Lei nº 14.423, resultando na mudança de nome para Estatuto da Pessoa Idosa e na substituição de termos para “pessoa idosa” e “pessoas idosas” em todo o texto. A mudança de nome tem o objetivo de promover um tratamento mais respeitoso, inclusivo e sem distinção de gênero para pessoas com 60 anos ou mais, combatendo estereótipos de idade e gênero. Além disso, o novo termo ajuda a desconstruir o imaginário que vincula a palavra “idoso” a uma visão masculina e excludente, protegendo a dignidade de todas as pessoas nessa faixa etária.
A alteração também alinha a legislação brasileira com as diretrizes internacionais que recomendam o uso de uma linguagem mais inclusiva. Além disso, reforça a proteção dos direitos dessa população e estabelece prioridade especial para pessoas com 80 anos ou mais. A legislação destaca que é dever da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso o direito à vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito e convivência familiar e comunitária.
Vale destacar que o dia 1º de outubro nos lembra, principalmente, do papel fundamental que os idosos exercem em nossa sociedade, cujos saberes e experiências atravessam gerações. Essa data reforça ainda o compromisso coletivo de garantir seus direitos básicos, combater o etarismo e promover um envelhecimento ativo, saudável e respeitoso.
Envelhecimento da população
O Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade trazem ainda um olhar importante sobre o crescimento da população idosa: as estatísticas mostram um rápido envelhecimento populacional no Brasil e no mundo, com um aumento significativo de idosos e da idade média, o que gera desafios para a saúde, previdência e o mercado de trabalho. A melhoria das condições de vida – nutrição, saneamento, acesso à saúde, entre outros – aumentou a longevidade, mas é necessário investir em infraestrutura e políticas públicas para garantir um envelhecimento saudável e ativo aos 60+, com foco em autonomia e qualidade de vida.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil vivencia um processo de envelhecimento mais rápido que outros países, com a proporção de idosos quase dobrando entre 2000 e 2023. O Instituto projeta ainda que daqui a 45 anos, os brasileiros com mais de 60 anos deverão corresponder a cerca de 37,8% da população do país, ou 75,3 milhões de pessoas idosas. Por isso, ambas as datas alertam sobre a urgência na adaptação das políticas públicas brasileiras frente ao envelhecimento acelerado da população. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil já é a sexta nação com o maior número de idosos no mundo.
A sociedade está preparada para o envelhecimento da população?
Compreender o universo da pessoa idosa e seus desafios — seja na saúde, no envelhecimento do corpo ou da mente — é fundamental nos dias de hoje. Capacitar profissionais da saúde para essa realidade, que já faz parte do nosso presente, é uma das principais formas de assegurar o direito à saúde e à dignidade dessa população.
Nesse processo, o uso de simuladores é um recurso valioso para despertar empatia e humanidade nos atendimentos às pessoas 60+. Tecnologias avançadas, como o Simulador dos Efeitos da Velhice, permitem que profissionais (e até mesmo o público em geral) sintam na pele as limitações e desafios enfrentados por quem tem 70 anos ou mais.
Foi o que vivenciou a apresentadora Pamela Rodrigues, ao utilizar o Simulador dos Efeitos da Velhice durante o programa Mulheres, da TV Gazeta. O resultado? Um momento emocionante, cheio de reflexão e lágrimas – que mostra como a experiência pode transformar olhares e atitudes.
Confira: https://www.instagram.com/p/DNiavlctCYb/
O Teri é outro simulador para a capacitação de estudantes e profissionais da saúde no atendimento a pacientes idosos masculinos/femininos. Além de conferir aparência e textura de pele ultrarrealistas, tem precisão anatômica e peso distribuído para representar um paciente real de 1,52m de altura. Está disponível em três versões:
- Manequim para treinamento de cuidados gerais com pacientes geriátricos, simulação de assistência na vida diária.
- Manequim para treinamento de habilidades com pacientes geriátricos – simulação de prática de habilidades com injeção/IV, cateterismo, suporte cardiovascular e respiratório.
- Simulador abrangente e completo incluindo a capacidade de monitoramento do paciente idoso.
Diante desse cenário, o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade não são apenas datas comemorativas, mas alertas sobre a urgência de preparar a sociedade para o envelhecimento populacional. Garantir qualidade de vida às pessoas idosas exige profissionais de saúde capacitados, infraestrutura adequada e, sobretudo, uma mudança cultural que valorize a experiência, o respeito e a dignidade dessa população.
Fontes: Agência Senado
Programa Mulheres
Jus Brasil