Pesquisar

Desafios da família na implementação da CAA

mãe e filho com deficiencia de mãos dadas, olhando nos olhos, num momento de carinho após comunicação com a CAA


A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é uma das principais formas de expressão das pessoas com necessidades complexas de comunicação e de melhora de qualidade de vida. Apesar de ser também uma felicidade aos pais e familiares que acompanham e torcem pelo desenvolvimento de um filho com deficiência, a adaptação à CAA nem sempre é fácil e exige muita paciência e comprometimento da família. “Muitas vezes, a empolgação inicial que a CAA proporciona ao permitir que o paciente expresse suas vontades começa a dar lugar a outra questão: atender sempre as vontades que o paciente começa a expressar, como, por exemplo, quando ele passa a rejeitar determinada comida que a mãe está acostumada a preparar e a escolher outra pode ser encarada como algo desgastante. O que acontece é que, por conta da deficiência, muitos pais, no início, passam a fazer todas as vontades do filho, mas, em um segundo momento, começam a ficar cansados e a ignorar a comunicação do filho, o que não é adequado. Independente de o filho ter ou não a deficiência, os pais precisam entender que é preciso impor limites como na educação de qualquer criança ou adolescente, pois impor limites também é saudável. Porém, ao contrário de encarem dessa forma, os pais vão ficando esgotados emocionalmente por acreditarem que precisam atender todas as vontades do filho e, assim, a CAA passa a ser encarada como algo trabalhoso. Mas não é verdade, o que as pessoas precisam entender são dois pontos: educar é trabalhoso e impor limites faz parte do processo, independente da CAA, e da deficiência é preciso respeitar o cansaço emocional, comunicando também essa informação e as emoções aos filhos de forma transparente, conversando sempre o motivo de não atender aquela vontade naquele momento. E isso é educar saudavelmente”, explica a *Psicopedagoga Sistêmica Tania Affonso*, que também é Analista Corporal e Comportamental e Especialista em Educação Inclusiva.

Outra questão que a especialista esclarece é que os pais e familiares se atentem às fases em que o usuário que estará utilizando a CAA se encontra: “da mesma forma que uma criança passa para a adolescência e essa transição é cheia de desafios, o adolescente com deficiência enfrentará as mesmas questões, na maioria das vezes com algumas ‘malcriações’, mudanças de humor, preguiça, testando a paciência dos pais e isso não tem relação com a iniciação com a CAA, mas sim com seu processo interno”. 

Tania diz ainda que é preciso levar em consideração as questões externas e que podem atingir de forma peculiar cada família, como por exemplo a pandemia que estamos vivendo. “Muitas vezes os pais precisam respirar, reconhecer que estão também esgotados emocionalmente, como muitos estão por conta do isolamento social que a quarentena nos impôs. Precisam, principalmente, de ajuda e suporte e isso, muitas vezes, implica em buscar uma terapia para eles e se for preciso dar um tempo nos atendimentos do filho ou reduzir os mesmos, que os faça sem culpa! É preciso que a família saiba respeitar os limites emocionais de todos e que haja diálogo e compreensão por parte dos profissionais que acompanham a pessoa com deficiência e seus familiares para que a saúde mental de toda a família seja equilibrada”.

A dica da especialista para os pais é sempre serem sinceros com os filhos e, principalmente, com eles mesmos: “quanto mais o pai for verdadeiro com essa criança, ele está ensinando sinceridade e os limites e isso é maravilhoso. Talvez essa criança com deficiência nunca tenha visto esse lado do pai, esse lado humanizado. É preciso tornar todo o processo da CAA mais leve e é isso que está faltando nas pessoas e nos terapeutas: às vezes é preciso fazer pausas em um atendimento, recuar, dar um respiro e suporte aos pais para que consigam assimilar todo o processo, não apenas de adaptação à CAA, mas da educação do filho em meio à pandemia, como por exemplo”. 

Pensando em todas essas questões desafiadoras que a especialista presenciou em seus atendimentos nos últimos meses, é que Tania lançou um e-book com 107 dicas sistêmicas para a criação de filhos emocionalmente saudáveis. Para adquiri-lo, entre em contato pelo  WhatsApp (21) 99727-7727 ou envie um direct pelo @pedagogiaeterapias. O e-book custa R$29,90.

A psicopedagoga, por meio de atendimento sistêmico, que é todo voltado para a família, orienta os pais de forma on-line (para solicitar atendimento, o WhatsApp é o mesmo mencionado acima). Siga-a no Instagram @pedagogiaeterapias.

Tania Affonso* é psicopedagoga do Rio de Janeiro, graduada em Ciências Biológicas e pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, com ênfase em Deficiência Intelectual. É facilitadora em Constelação Familiar, atua com psicopedagogia com foco sistêmico, é especialista em educação inclusiva e analista corporal e comportamental.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

Artigos recentes