Situado a 137 km de São Paulo,Cosmópolis é um dos 20 municípios da região metropolitana de Campinas (SP). Ainda que considerada uma cidade pequena em termos populacionais (73.474 habitantes, segundo o site da prefeitura) quando comparada à capital (segundo a Fundação Seade, em 2022 somou mais de 45 milhões de habitantes), tem se destacado pelas diversas ações e projetos que vem realizando para promover a inclusão escolar de alunos com deficiência.
Atualmente, a Secretaria de Educação conta com o segmento de Educação Especial, que tem atuado constantemente na busca por soluções e recursos para promover a educação inclusiva, como Tecnologia Assistiva. Exemplo disso é que, segundo Karen Liete Daineze, uma das Coordenadoras do Segmento Educação Especial da Secretaria de Educação de Cosmópolis, todas as nove instituições de Ensino Fundamental I e II do município possuem sala de recursos; e todas as escolas municipais, que totalizam 29, possuem professores de Educação Especial. “As salas de recursos multifuncionais contam com equipamentos de informática e Tecnologia Assistiva, mobiliários adaptados, materiais didáticos e de acessibilidade para construção de um ambiente que propicie a inclusão escolar; sendo que todos os recursos são disponibilizados para uso dos alunos que necessitam, dentro das salas regulares e em domicílio, quando necessário. Por isso, a necessidade de ampliação dos recursos é constante e iminente. Buscamos continuamente adequar nossa rede às necessidades individuais dos nossos alunos”, salienta Karen.
De acordo com a Coordenadora, todo o processo de inclusão acontece de forma personalizada, onde são consideradas as particularidades de cada aluno e, então, os recursos são oferecidos e adquiridos a partir da necessidade e solicitação de cada Unidade Escolar. São disponibilizados ainda diversos outros serviços específicos para atender cada aluno em sua individualidade, como Educação Especial Exclusiva (EEE); Atendimento Educacional Especializado (AEE) – Infantil, fundamental, Libras; Atendimento Educacional Especializado (PAC) – Professor Acompanhante (para alunos com deficiência intelectual moderada, visual, e Transtorno do Espectro Autista); professor intérprete para alunos com deficiência auditiva, cuidador infantil; e atendimento domiciliar. Há também o projeto “Estou na Escola”, em parceria com a APAE.
A Secretaria tem investido ainda em projetos de capacitação contínua dos profissionais (professores e educadores), como o Núcleo de Formação Educação Especial (NUFEE). “Sabemos que a inclusão vai além da escola, por isso, desenvolvemos o projeto “A inclusão entrou na roda”, que surgiu da necessidade de fortalecer a parceria escola-família de estudantes com deficiência da rede municipal de Cosmópolis. O princípio fundamental dos encontros é a troca de experiências e a democratização do conhecimento, focando em temas tão importantes como a deficiência e a inclusão. Buscamos dividir experiências, multiplicar saberes e propor reflexões, desfazendo mitos, gerando confiança e bem-estar. Assim, as rodas têm a proposta de acolher através de encontros estruturados de forma a possibilitar o diálogo e troca de vivências entre todos os familiares participantes”, explica Carla Andréa Lemos Pessutto, também Coordenadora do Segmento Educação Especial da Secretaria de Educação de Cosmópolis.
E, segundo ela, as ações não param por aí: há também o projeto “Libras e Coral de Libras”, aberto a toda comunidade: “O projeto se formou por conta da parceria entre o segmento de Educação Especial da Secretaria de Educação e a escola de música Villa Musical. Com a certeza de que a comunicação é de extrema importância, buscamos trazer a Libras a toda comunidade Cosmopolense, seja em forma de curso de Libras ou do coral, que traz o contato com a língua de forma diferenciada”, diz Carla. Pelo uso da música como forma de inclusão social, em 2022, projeto destaque na categoria Cultura, durante a 12ª edição do Prêmio Melhores do Ano, realizado pelo Portal ON.
A Secretaria disponibiliza ainda projetos paralelos, como “Conhecendo o Universo ABA”, que, segundo a Coordenadora Karen, surgiu da necessidade de apresentar novos conhecimentos e novas possibilidades de intervenção aos professores e gestores da rede municipal de Cosmópolis que atuam direta e indiretamente com crianças e jovens dentro do Espectro Autista. O projeto conta com aulas teóricas online, oferecidas por Thais Capatto, psicóloga especializada da Rede Municipal, além de disseminar informações e proporcionar a troca de experiências entre os participantes. “Produzindo conhecimento” é outro projeto do núcleo de Educação Especial, que tem o objetivo de gerar conhecimento e discutir os principais temas em torno das deficiências que os alunos da rede municipal de Cosmópolis apresentam. São realizadas oficinas para pesquisa, produção de conhecimento e troca de experiências, além da confecção de material digital a ser compartilhado com toda a rede. Há também o projeto “Educação Especial – Apoio Pedagógico Especializado”, que visa promover a formação continuada e o aprimoramento da prática pedagógica por meio de estudos de temas relevantes à Educação Especial, ao AEE, à aprendizagem e à educação inclusiva e, assim, proporcionar a troca de experiências e materiais de trabalho entre os professores especialistas do segmento da Educação Especial.
O núcleo promove também momentos em que todos os professores do segmento se reúnem para construir uma proposta de trabalho participativa, interativa e principalmente inclusiva através de explanação, discussões e capacitações com outros profissionais. “São horas de estudo que nos dedicamos a novas aprendizagens com o intuito de potencializar uma proposta inclusiva e adequada à realidade dos atendimentos de forma dinâmica a prática diária nas Unidades Escolares”, ressalta Karen. Mas, mesmo que a Secretaria da Educação, por meio do Segmento de Educação Especial de Cosmópolis, seja bastante atuante na inclusão escolar, Carla ressalta que os desafios são constantes: “Quando se fala em Educação Especial, acreditamos que os desafios são diários, como a necessidade de ampliar a formação dos professores e demais colaboradores com relação à Educação Especial Inclusiva; além de toda infraestrutura relacionada à acessibilidade; a carência de tecnologia assistiva; o combate à prática de bullying nas salas de aula e a luta pela maior interação entre escola e familiares. Por isso, trabalhamos continuamente na sensibilização dentro das escolas para que sejam aceitas as diferenças e que todos estejam também dispostos a promover e favorecer a inclusão real”, salienta a Coordenadora.
Para este ano, o Segmento de Educação Especial de Cosmópolis tem como foco aprimorar o conhecimento de toda equipe gestora e de professores do segmento de Educação Especial referente a recursos multifuncionais e de Tecnologia Assistiva. Objetivo esse que já começou a ser aplicado: no final de janeiro, as Coordenadoras Karen, Carla e Francili de Ataide visitaram a Civiam para conhecer as soluções disponibilizadas pela empresa. “Após conhecermos alguns dos muitos recursos existentes, passamos a ter muitos “sonhos” que pretendemos concretizá-los a partir de algumas ações que iniciaremos, como levantamentos das necessidades dos alunos no ano letivo de 2023 em relação à Tecnologia Assistiva; levantamento dos recursos existentes e orientações/formação quanto ao uso dos mesmos e verificação de custos e as possibilidades para aquisição das soluções”.
Carla salienta: “Implementar os recursos tecnológicos na educação, especialmente em Tecnologia Assistiva, tem se tornado cada vez mais urgente e necessário. Por isso, é fundamental ter conhecimento sobre os recursos existentes para poder implantá-los”. Karen completa: “O mais encantador é saber que, com as tecnologias, sejam de baixa ou alta tecnologia, há sempre uma solução que certamente melhorará a qualidade do estudo de cada estudante que tem necessidades específicas para frequentar a sala de aula. E esse é o propósito da educação inclusiva: possibilitar condições a todos!”.