Abril inicia com datas importantes de conscientização à população sobre a importância dos cuidados com a saúde do corpo: Dia Mundial de Atividade Física e Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde, ambos no dia 6/4, e Dia Mundial da Saúde, celebrado no dia 7/4. As datas vêm na sequência também do Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo (10/3), um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto aos prejuízos que uma vida sedentária acarreta na saúde da população.

De acordo com a OMS, o sedentarismo é um dos maiores desafios de saúde pública mundial: entre 2020 e 2030, quase 500 milhões de pessoas poderão desenvolver doenças cardíacas, obesidade e outras condições devido à inatividade física. No Brasil, a situação é ainda mais alarmante, o país lidera o ranking de sedentarismo na América Latina e ocupa o quinto lugar mundial, com cerca de 300 mil mortes anuais relacionadas à falta de atividade física. Dados do IBGE mostram que 47% dos adultos brasileiros são sedentários, e entre os jovens, o número chega a 84%. 

“Ressalto que o mundo está vivendo uma pandemia de sedentarismo, por isso é fundamental que as pessoas priorizem a prática de atividades físicas em suas rotinas para cuidarem da saúde física e mental, com foco sempre na qualidade de vida e na longevidade. Graças aos avanços da medicina e ao melhor acesso à saúde, a expectativa de vida da população tem aumentado cada vez mais, o que implica pensarmos no futuro: se quisermos viver com saúde, ser pessoas autônomas e não dependermos dos outros para as atividades diárias, é fundamental a prática de atividade física desde jovens”, salienta o médico ortopedista Dr. Matheus Arouca, especialista em cirurgia do joelho e educação em saúde pela FMUSP, e preceptor da residência médica no IOT/HC/FMUSP. 

O especialista destaca ainda que a prática regular de exercícios físicos, além do fortalecimento muscular, ajuda a manter a massa óssea, melhora ainda a qualidade do sono, a motivação e a autoestima, ajuda a controlar o peso, melhora o equilíbrio e também o humor. “Por isso, a atividade física é extremamente importante ao longo de nossas vidas”, enfatiza o médico, que complementa: “Eu exemplifico a prática de atividade física comparando o músculo a uma poupança – quem se exercitou por muitos anos tem uma poupança maior e poderá desfrutá-la à medida em que envelhece, com mais musculatura e maior autonomia. Mas, para quem não pratica atividade física, ainda que tenha uma idade mais avançada, lembre-se que nunca é tarde para começar”, diz Arouca. 

E não é à toa que, conforme aumenta o número de pessoas idosas e sedentárias ao redor do mundo, os casos de artrose também têm crescido mundialmente. A doença é degenerativa e progressiva e acomete as estruturas das articulações. “Ao longo do tempo, todos nós vamos desenvolver algum grau de artrose em nossas articulações, uma vez que somos feitos de tecidos biológicos, que têm uma finitude. Com o envelhecimento e de acordo com fatores genéticos, de risco e comorbidades, é possível desenvolver um quadro de artrose leve, moderado ou intenso, com mais ou menos sintomas, como dor intensa e rigidez”, destaca o médico.

A doença atinge, atualmente, 15 milhões de pessoas no país. Embora afete principalmente idosos, a artrose vem atingindo cada vez mais jovens praticantes de esportes e atletas de alto impacto, sendo o excesso de intensidade na prática de atividades físicas por anos um dos fatores para esse aumento.  

Limites do corpo

O Dr. Matheus Arouca ressalta também que, segundo a OMS, a indicação de prática de atividade física adequada para um adulto é de 150 a 300 minutos de atividade moderada por semana. “Para facilitar a compreensão, entende-se por atividade moderada quando o praticante consegue conversar durante a atividade física, mas não consegue cantar. A frequência cardíaca aumenta, a pessoa transpira e respira mais rapidamente”, destaca o especialista. 

Ele indica também como calcular corretamente a frequência ideal para checar se a prática da atividade está dentro dos parâmetros seguros para a saúde: “Uma frequência cardíaca moderada é de 60 a 70% da frequência cardíaca máxima, que é calculada da seguinte forma: 220 – a idade da pessoa. Por exemplo, para um jovem de 20 anos, a sua frequência máxima é 200, sendo a ideal na prática de atividade física em torno de 120 a 140 – que pode ser medida facilmente pelos relógios inteligentes que existem hoje no mercado”. 

Dr. Matheus enfatiza ainda: “É importante que o esportista, ainda que esteja habituado com a prática de atividade física, respeite os limites do seu corpo, como observar se as dores musculares são muito intensas e se há dor articular, que indicam, muito provavelmente, que a prática está ultrapassando os limites do corpo, podendo corresponder a alguma lesão tecidual”.

No caso do comprometimento das estruturas que compõem as articulações e a depender do grau da artrose, o médico explica que intervenções cirúrgicas podem ser a solução mais indicada. “Quando o paciente apresenta dor intensa e constante e até deformidade nas articulações, comprometendo severamente a sua qualidade de vida na atividade diária, a artroplastia (a substituição da articulação afetada) é uma das formas mais eficientes para solucionar o problema.

Dr. Matheus diz ainda que, como todo procedimento cirúrgico, a artroplastia envolve riscos: “Trata-se de uma cirurgia complexa, que envolve também as condições de saúde do paciente, além de cuidados com o pós-operatório, sendo a trombose um dos principais riscos. Assim, é fundamental que o paciente busque profissionais extremamente qualificados para a realização da prática cirúrgica”, destaca. 

Por isso, além de ressaltar veementemente a importância da atividade física na manutenção da saúde, o especialista deixa a seguinte mensagem ao Dia Mundial de Atividade Física e Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde, e Dia Mundial da Saúde: “Respeite os seus limites! E, por mais que exista a substituição da articulação doente, caso você tenha excedido a capacidade das estruturas do seu corpo, nada será como a sua articulação natural, do jeito que ela foi formada inicialmente. Portanto, pratique atividade física com moderação para usufruir de todos os benefícios que a prática esportiva proporciona ao longo da sua juventude e, principalmente, na velhice. Respeite-se, sempre!”. 

O especialista é também um grande entusiasta no Brasil do uso da simulação médica na capacitação de residentes de Ortopedia quanto ao aprimoramento de habilidades cirúrgicas. Ele vem realizando pesquisas quantitativas e qualitativas com o uso de simuladores na evolução da capacidade técnica, segurança e na tomada de decisões de estudantes para procedimentos em artroscopia, melhor capacitando-os à prática médica.

Mais informações:

https://www.drmatheusarouca.com.br

Fontes:https://valor.globo.com/patrocinado/dino/noticia/2023/08/25/artrose-doenca-acomete-cerca-de-15-milhoes-de-brasileiros.ghtml
https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/osteoartrite-artrose/#
https://www.em.com.br/app/noticia/saude-e-bem-viver/2023/08/10/interna_bem_viver,1543788/quatro-razoes-para-a-alta-da-artrose-no-mundo.shtml