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A adrenalina de aprender com pacientes virtuais

Fonte: Blog Body Interact
estudante comemorando a resolução de um cenário de paciente virtual

Há 15 anos como enfermeira de Emergência, a experiência de aprendizado prático que Lorraine Betts teve foi por meio do uso de manequins. Alguns anos depois, agora como educadora no George Brown College, ela ensina seus alunos de enfermagem com a ajuda de pacientes virtuais.

Lorraine lembra da primeira vez que usou o Body Interact: “foi como estar de volta ao Pronto Socorro”. “A adrenalina, a emoção, a chance de salvar um paciente virtual e de cuidar dele foi simplesmente fenomenal”, comentou Lorraine.

Em 2018, antes que o George Brown College adquirisse a mesa interativa Body Interact, a instituição decidiu desenvolver uma pesquisa para descobrir o que os alunos pensavam sobre o simulador de paciente virtual e como ele poderia ser implementado no currículo da universidade.

Os resultados mostraram que tanto os pacientes virtuais quanto os manequins são recursos educacionais que contribuem para a curva de aprendizado dos alunos e têm propósitos complementares. Pacientes virtuais desenvolvem conhecimento e operações cognitivas complexas, como percepção, interpretação, julgamento e tomada de decisão. Já os manequins ajudam os alunos a aprender como realizar procedimentos e desenvolver habilidades práticas.

Pacientes virtuais em equipes ou individualmente

Em meados de março de 2020 as aulas foram canceladas, os câmpus foram fechados e as rotações foram suspensas. Para permitir que a prática continuasse, os alunos do George Brown College foram designados a cenários clínicos do Body Interact.

Em aulas simultâneas, os alunos foram desafiados a resolver um cenário juntos, em grupos via uma plataforma de reunião virtual (como o Zoom). A educadora de enfermagem explicou que “os cenários sempre foram baseados em conteúdos que eles já tiveram” como uma chance de “vê-los aplicar o conhecimento na prática”.

Pause e atue

Para Lorraine Betts, o recurso de “pausar” do Body Interact é uma das técnicas mais úteis para educadores. Permite que eles façam perguntas e entendam o raciocínio de seus alunos durante o caso em si, sem perder tempo ou a condição do paciente piorar. “O que você sabe? O que está faltando? O que você acha que está acontecendo com o paciente? Por que você escolheu essa intervenção específica?”, ela perguntaria.

Após o cenário, na sessão de debriefing, Lorraine e os alunos podem ainda revisar a linha do tempo e o relatório de desempenho. Isso dá aos alunos a chance de “entender por que algumas ações foram consideradas em primeira ou segunda prioridade, ou não prioritárias, e como essa ordem de ações impactam a condição do paciente”, explicou a educadora de enfermagem.

Também é importante vincular cada sessão ao resultado do cenário e às competências aplicadas. Afinal, como disse Lorraine, “quando os alunos se formam, eles têm que declarar quais competências estão prontas para aplicar nas situações da vida real”.

Seja o responsável

Mesmo em tempos difíceis, o George Brown College foi capaz de manter seus alunos motivados, ativos e seguros. Com o uso de licenças individuais do Body Interact, os alunos se divertiram ao mesmo tempo em que aprenderam, visualizando como o paciente respondia às suas ações e tendo a chance de se sentir o responsável, cuidando dos pacientes sem comprometer sua segurança.

dois estudantes resolvendo um caso com paciente virtual
estudante resolvendo um cenário de paciente virtual

A chance de “atuar em um cenário até dominá-lo, ajuda a vincular a teoria à prática”, mencionou a educadora de enfermagem. Além disso, ao repetir o cenário clínico em uma sessão facilitada com toda a turma, Lorraine ajuda seus alunos a irem mais longe e entenderem a lógica por trás das decisões e ações necessárias a serem tomadas.

Como o George Brown College foi um dos participantes do Estudo de Impacto Global Body Interact em Educação Clínica, Lorraine compartilhou alguns de seus resultados:

  • O Body Interact identifica lacunas no conhecimento, constitui um bom revisor para preparação de exames e permite que os alunos aprendam com seus erros clínicos;
  • Reforça a aprendizagem;
  • Apresenta uma variedade de cenários clínicos com diferentes níveis de dificuldade, adequados ao nível do aluno;
  • Trabalha o passo a passo do raciocínio clínico (começa com o diálogo, continua com o monitoramento e segue com o exame físico);
  • Oferece aos alunos a oportunidade de cuidar de um paciente de casa ou presencialmente, individualmente ou em grupos.

Durante o último ano, os alunos tiveram acesso aos cenários de COVID-19 de pacientes virtuais do Body Interact – “Estes cenários ajudaram que eles entendessem melhor porque essa é uma crise de saúde tão grande”, comentou a educadora de enfermagem.

Redação Civiam

Entrevistas, histórias reais e conteúdo sobre diversos aspectos ligados às Tecnologias Assistivas e à educação na saúde.

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