
Que a aprendizagem baseada em jogos aumenta o engajamento, a motivação e a confiança dos alunos, ninguém duvida, afinal há diversos estudos que comprovam os efeitos da diversão no desenvolvimento dos estudantes!
Mas, você sabia que para um jogo ser realmente eficiente como ferramenta de educação, é preciso observar se atende às necessidades psicológicas, sensoriais e cognitivas de alunos típicos e atípicos? A diferença entre um aplicativo inovador e uma ferramenta significativa não está em seus gráficos, mas sim em decidir se ele fornece autonomia, domínio e propósito.
A psicologia por trás dos jogos que funcionam
Os jogos como ferramenta educacional não são desenvolvidos apenas para gerar diversão. Há uma psicologia bem estabelecida que explica por qual motivo funcionam – especialmente para alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE). A Teoria da Autodeterminação (Deci & Ryan) destaca três necessidades essenciais:
– Autonomia: sentir-se no controle
– Domínio: ver a própria melhora
– Relacionamento: conexão com os outros ou um propósito compartilhado
Os jogos funcionais satisfazem todas as três. E para os alunos que frequentemente se sentem como passageiros em aulas tradicionais, esse controle é transformador. Além disso, somada à Teoria do Fluxo (Csikszentmihalyi) – o estado “no fluxo”, onde os alunos estão totalmente imersos, desafiados, mas não sobrecarregados, e focados sem distrações, a Teoria da Autodeterminação é ainda mais eficiente.
Dessa forma, os jogos oferecem metas claras, ajustam a dificuldade de forma dinâmica e dão feedback imediato. Para os alunos com NEE que lutam com atenção, ansiedade ou imprevisibilidade sensorial, o jogo estruturado oferece uma chance de engajamento profundo e prolongado, raramente possível em aulas convencionais com jogos que nem sempre são os mais indicados.
Pesquisas e estudos
Uma revisão sistemática de 2022 descobriu que alunos com deficiência intelectual dominaram habilidades de alfabetização mais rapidamente por meio de jogos com conteúdo estruturado.
Estudantes com dificuldades de aprendizagem melhoraram a resolução de problemas ao navegar em jogos que exigiam raciocínio lógico e decisões estratégicas.
Sistemas de dificuldade adaptativa (DDA) mantiveram alunos com dislexia, TDAH e desafios de memória de trabalho engajados ao ajustar tarefas em tempo real.
Outro ponto de destaque foi em relação à retenção, item extremamente relevante ao desenvolvimento de alunos com TDAH: a revisão mostrou que tais estudantes retiveram conteúdo por mais tempo quando fazia parte de uma narrativa de jogo, graças aos ganchos emocionais e contextuais do jogo. Além disso, outro dado importante é que os jogos colaborativos não eram isolantes, pelo contrário: melhoraram o trabalho em equipe e a alternância de turnos para alunos com TEA, TDAH e síndrome de Down.
Em um estudo na Suécia, professores relataram que jogos cooperativos ajudaram os alunos com TDAH a praticar resolução de conflitos e paciência de uma maneira segura e de baixo estresse.
Além disso, alunos que utilizam a aprendizagem baseada em jogos superam os colegas em até 23% em testes padronizados, com taxas de retenção 20% mais altas. Ou seja, os jogos adequados no contexto educacional são transformadores no processo de aprendizagem de jovens atípicos.
Alinhando jogos com objetivos curriculares
A pergunta fundamental para a utilização de jogos não é “qual jogo?”, mas sim: “por que este, para este aluno, agora?”. Utilize a seguinte estrutura:
– Que resultado estou buscando? Ex: O aluno fará pedidos usando Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)?
– Este jogo oferece acesso multissensorial, independência ou controle indisponíveis por outros métodos?
– Faz parte de uma oferta equilibrada? Os jogos nunca devem substituir o aprendizado ao ar livre, sensorial e social – eles devem complementá-lo.
– Mapeie as mecânicas à intenção: Isso desenvolve alternância de turnos, reconhecimento de padrões, resolução de problemas ou comunicação intencional? Ex: um jogo de correspondência para ensinar discriminação visual; um jogo de causa e efeito para usuários de acionadores.
Use jogos para pré-ensinar, estruturar novos conceitos e avaliar
O aluno participa de um jogo de números 3 vezes por semana. Rastreie o progresso: de plena solicitação para seleção independente de números (1-5).
A gestão do tempo de tela também é importante:
– Intencional: ligada a um objetivo de aprendizado claro
– Planejada: dentro de rotinas ou cronogramas visuais
– Equilibrada: com experiências sensoriais, sociais e ativas. Use temporizadores visuais para transições e reflexões pós-jogo para consolidar o aprendizado.
Os benefícios dos jogos estruturados
Não são apenas os ganhos cognitivos – é também o progresso social e emocional. A aprendizagem baseada em jogos demonstrou melhorar:
– Habilidades de comunicação em jogos multiplayer
– Confiança por meio de falhas seguras
– Controle de impulso em desafios com limite de tempo
– Regulação emocional por meio de brincadeiras estruturadas
E para alunos que antes estavam desengajados, cria-se um espaço alegre e seguro onde a tomada de riscos é normalizada e o esforço é celebrado.
Adequação, ao invés de apelo visual
A mágica não está nos gráficos. Está na adequação: quando você para de perguntar “qual é um bom jogo para alunos com NEE?” e começa a perguntar “que necessidade este aluno tem que um jogo bem projetado poderia ajudar a atender?” – é aí que a inclusão existe.
Comece pequeno. Escolha um aluno. Um objetivo. Um jogo. Rastreie a vitória. Então construa a partir daí.
Cosmo, um jogo tecnológico encantador voltado à aprendizagem
Cosmo é um sistema de terapia e aprendizagem interativo premiado e baseado em evidências, sendo um dos principais exemplos de jogos funcionais da atualidade, com foco no desenvolvimento de pessoas atípicas.
Traz como um dos principais elementos diferenciais o encantamento pela tecnologia envolvida: é composto por duas partes: um conjunto de botões inteligentes, dinâmicos e visualmente apelativos denominados “Cosmóides” e um aplicativo para iPad com 18 atividades altamente motivadoras e intuitivas desenvolvidas por professores e médicos, terapeutas e profissionais da linguagem e da fala.
Cosmo é versátil e pode ser usado em grupo, na sala de aula, em sessão de terapia individual ou em casa. Um estudo independente conduzido especificamente sobre o Cosmo, mostrou resultados altamente positivos nas áreas de atenção, envolvimento e regulação emocional. Veja também quem já está usando o Cosmo e vendo expressivo resultado em seus atendimentos: https://civiam.com.br/inclusao-escolar-campinas/
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Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/best-game-your-class-might-most-fun-cosmo-filisia-kudrc/