
As artes são uma forma de expressão, o que as torna extremamente importantes na educação de crianças com deficiência, além de ser uma fonte de estímulo à criatividade. Vale destacar que o próprio processo de criação também desenvolve habilidades vitais, que impactam na qualidade de vida da pessoa, pois melhora a comunicação, a socialização e até a mobilidade física.
A arte ensina até mesmo comportamentos, como, ao trabalhar ao lado de outras pessoas, as crianças aprendem a compartilhar coisas, como pincéis, tintas, entre outros recursos, ajudando-as também na maneira adequada de pedir o que desejam. A própria arte também é uma forma de comunicação: uma criança com necessidades complexas de comunicação pode, por exemplo, aprender a tocar piano alto e rápido para comunicar entusiasmo.
Além disso, a arte, por meio da música, também ajuda no desenvolvimento de habilidades físicas: se uma criança com problemas de mobilidade pode desenvolver força e orientação para pegar uma baqueta ou tocar as teclas de um piano, ela poderá usar tais habilidades ao pegar uma colher ou aprender a digitar em um computador.
Diante dos diversos benefícios que a arte proporciona, confira 4 dicas para torná-la mais acessível:
1. Em muitos casos, a arte e a música já estão acessíveis! Ou seja: utilize os recursos que já estão disponíveis! Você não precisa de uma caixa especial de giz de cera ou de um piano especializado para ajudar uma criança com deficiência a desenhar ou explorar a música. Os lápis de cera e o piano usados por crianças sem deficiência podem também ser utilizados por crianças com todos os tipos de deficiências. Sabemos que para algumas delas segurar um giz de cera pode ser difícil, ou elas podem se esforçar para pressionar uma tecla de um piano. A chave é nunca assumir as habilidades de uma criança e deixá-las experienciar a arte.
2. Implemente adaptações simples que podem ajudar as crianças a explorar as artes, como um engrossador, que facilitará na hora de segurar um lápis, uma baqueta, entre outros. Abuse da criatividade e pense fora da caixa para não limitar a atividade por conta de recursos que a criança não conseguirá utilizar, como por exemplo: quem disse que pintar é só com pincel? Utilize esponjas ou até mesmo mãos podem ser usadas como alternativas aos pincéis! Além do mais, há também todos os tipos de pincéis adaptáveis, caso a criança queira utilizar um pincel.
3. Explore a arte tátil pensando em 3D! Para crianças com deficiência visual, pode ser difícil criar e se envolver com arte bidimensional. Trabalhar com argila, papelão ou velcro, fazer colagens de texturas e incorporar materiais perfumados são apenas algumas das muitas maneiras de tornar a arte mais acessível. Além disso, a grande arte deve transcender seu meio! Então, por que não torná-lo multissensorial?
4. Estude os grandes artistas, como os músicos famosos que tiveram deficiência visual. Sabemos que para algumas crianças, a colocação dos dedos e das mãos pode ser um desafio se não conseguirem ver o instrumento com clareza. As tiras de posicionamento feitas de velcro podem ser uma sugestão para orientar a colocação das mãos e, assim, ela poderá explorar o equipamento, aprendendo a posição correta para tocar os instrumentos.
A acessibilidade, muitas vezes, é vista como complexa, mas pode ser mais simples do que imaginamos, como com as dicas que passamos aqui!
E que tal você se tornar um defensor das artes acessíveis?
Como pais: comunique-se com os professores de seu filho sobre a importância de ter alguns materiais de arte acessíveis e sensoriais junto com os pincéis e giz de cera que provavelmente já estão lá. Mantenha alguns em sua casa também!
Para os parceiros de comunicação, seja na escola, na terapia: a melhor maneira de garantir que mais crianças recebam a educação artística que merecem e que fornece os alicerces para tantas outras habilidades necessárias para a vida é se envolver nas atividades!
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Fonte: https://www.perkins.org/what-inclusive-accessible-arts-education-looks-like/